terça-feira, 26 de maio de 2015

Lamentável, diz ministra de Políticas para Mulheres sobre estupro de aluna.

Família denunciou estupro de garota de 12 anos em escola. Eleonora Menicucci participa de seminário sobre violência contra mulher.


A ministra de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, afirmou nesta quarta-feira (20) considerar "lamentável" o estupro de uma menina de 12 anos denunciado pela família dela e que teria sido cometido por outros três menores de idade dentro de uma escola da Zona Sul de São Paulo.

"É lamentável. (Vejo) com muita tristeza, muita indignação. Isso não pode acontecer", disse após a abertura do Seminário Internacional Cultura da Violência contra as Mulheres, que acontece no Sesc Pinheiros, em São Paulo.

Segundo a ministra, a violência de gênero e contra as mulheres passará a fazer parte do currículo do ensino médio e fundamental no Brasil.

"Nós temos um pacto com o Conselho Federal de Educação, a Maria da Penha, eu, e com o ministro (da Educação, Renato) Janine de introduzir nos currículos de ensino médio e fundamental a temática não só de gênero, mas a temática de violência contra as mulheres. isso já está aceito e eu tenho esperança que em 2016 isso esteja efetivamente implementado", afirmou.

A polícia e a Secretaria Estadual da Educação estão acompanhando o caso de estupro contra a menina de 12 anos que, segundo a denúncia da família, ocorreu na Escola Estadual Leonor Quadros.

A mãe da menina contou que, no último dia 12, a filha foi levada pelo Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU) da escola para o pronto-socorro. No hospital, ela falou sobre o que tinha acontecido.

"Ela sofreu, sofreu durante 50 minutos", disse a mãe."Ela foi arrastada até o banheiro masculino por um deles, e os outros dois já estavam dentro do banheiro esperando ela. E ela foi ali, né, cruelmente agredida. Ela não os conhecia, ela não tinha amizade com eles."

Seminário

O primeiro Seminário Internacional Cultural da Violência contra as Mulheres começou nesta quarta com o objetivo de discutir processos sociais e de formação dos indivíduos que fazem com que atos violentos de gênero ainda sejam uma realidade no mundo. O evento ocorre até esta quinta-feira com a realização de palestras e participação de 20 especialistas do Brasil, Estados Unidos, Argentina, Inglaterra, Costa Rica e México.

A abertura contou com a presença de várias personalidades da luta pelos direitos das mulheres, entre elas a diretora do Instituto Patrícia Galvão, Jacira Melo; a representante da Fundação Ford no Brasil, Nilcéia Freire; e a representante da ONU Mulheres no Brasil, Nadine Gasman.

Esta última trouxe números sobre a violência contra as mulheres no mundo, entre eles o de que uma em cada três mulheres já sofreu violência física ou sexual.

A ministra Eleonora Menicucci participou da abertura do evento e leu a carta da presidente Dilma Rousseff (PT). Eleonora afirmou que "a sociedade como um todo aceita, e esperamos que não aceite mais essa barbaridade da violência contra as mulheres simplesmente pelo fato de sermos mulheres. É essa banalização da violência que nós temos que enfrentar", disse.

Ela pediu uma salva de palmas para Maria da Penha, nome da mulher e da lei que cria penas duras para homens que praticam violência contra mulheres.

Palestras

A primeira palestra do seminário seria da ministra, Cármem Lúcia, vice-presidente do Supremo Tribunal Federal, que, no entanto, não compareceu ao evento. Outro que havia confirmado presença e não esteve no evento foi o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT) que enviou representantes.

Após a abertura, a programação seguiu com uma palestra de Lori Heisi, professora da London School of Hygiene & Tropical Medicine.

O seminário é organizado pelo instituto Vladimir Herzog e o Instituto Patrícia Galvão, em parceria com a Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, a ONU Mulheres e a Fundação Ford.

(fonte:http://www.tribunahoje.com/)

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