quarta-feira, 26 de novembro de 2014

PL 2.0- Aplicativo para coibir a violência contra a mulher.

Em evento promovido sexta-feira (22) pela Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Poder Judiciário do Estado de São Paulo (Comesp) para comemorar os oito anos da lei Maria da Penha abrangeu também o lançamento do projeto "A tecnologia a Serviço do Combate à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher".

A iniciativa destacou a criação de um aplicativo que pode ser instalado em smartphone com sistema Android e que, conectado a uma rede de pessoas e entidades públicas e privadas, atua em tempo real, instantaneamente, no socorro a mulheres vítimas de violência. O programa já funciona no Rio Grande do Sul, em parceria com o Tribunal de Justiça do Estado.

Realizado no Fórum Criminal da Barra Funda, o encontro foi aberto pela coordenadora da Comesp, desembargadora Angélica de Maria Mello de Almeida, quie ressaltou a frequência com o que ocorre casos de violência contra a mulher, nem sempre comunicados. "Temos a convicção de que as paredes das casas abafam as vozes das mulheres, que são submetidas às mais variadas formas de violência", disse. "O temas exige atuação conjunta entre Poder Judiciário , órgão públicos e entidades privadas não governamentais que atuam nessa luta. A Comesp sente-se honrada e privilegiada, através das juízas e desembargadoras que a compõem, em poder atuar com entidades como Geledés-Instituto da Mulher Negra e a Themis-GÊnero, Justiça e Cidadania", disse.

Na mesma linhas , a vice-coordenadora da Comesp, desembargadora Maria de Lourdes Rachid Vaz de Almeida, falou do orgulho que sentiu quando foi convidada a participar da Coordenadoria, destacando o empenho do presidente do Tribunal de Justiça, desembargador José Renato Nalini, pelo apoio dado à causa da violência contra a mulher.

A juíza Elaine Cristina Monteiro Cavalcante, titular da Vara do Foro Central da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, lembrou os oito anos de existência da Lei Maria da Penha, completados no dia 7 de Agosto, e os avanços obtidos desde então. entre eles destacou alguns desafios postos e enfrentados, como a crescente interlocução entre Poder Judiciário e demais segmentos da sociedade.

Outra mostra é a adoção de políticas de combate á violência contra a mulher nas esferas municipal, estadual e federal, além da fiscalização das medidas adotadas pelo Poder Público, graças á atuação conjunta de Judiciário e Ministério Público, em parceria com entidades privadas e organizações não governamentais. "Prova disso também é o lançamento do projeto que estamos assistindo hoje", completou.

Também integrante da Comesp, a juíza Maria Domitila Manssur Domingos falou da árdua jornada de trabalho das mulheres. Ela também fez questão de lembrar o empenho do presidente Nalini na criação de novas varas e no melhoramento da estrutura para abrigar novos juízos de Violência doméstica e familiar contra a Mulher.

A coordenadora executiva do Geledés-Instituto da Mulher Negra, Sueli Carneiro, revelou números que demostram a posição negativa ocupada pelo Brasil no ranking de mulheres mortas anualmente vítimas da violência. A advogada e presidente da Themis-Gênero, Justiça e Cidadania, Denise Dora, falou da experiência do aplicativo PLP 2.0 no Rio Grande do Sul e da troca de ideias entre pessoas e entidades a partir do caminho construído com a aprovação da Lei Maria da Penha. Denise disse que o objetivo do aplicativo é fazer com que as mulheres em atuação de risco não estejam sozinhas, mas ligadas quase que instantaneamente a uma rede de pessoas e entidades públicas e privadas que atuam no combate á violência praticada contra elas. O criador do aplicativo, Daniel Dora, fez rápida demonstração de como, em poucos segundos, o instrumento pode beneficiar as mulheres ameaçadas.

O webdesigner Antonio Carlos Santos Filho falou do site criado por ele, o www.plp2.0.org.br, que vai atuar conjuntamente ao aplicativo, fornecendo informações a respeito de entidades públicas e privadas que atuam no combate á violência contra a mulher.

O evento foi encerrado pela desembargadora Angélica de Almeida, que se disse encantada com o projeto. "O Tribunal de Justiça de São Paulo se sente feliz em poder participar de uma iniciativa de tamanha envergadura".

A mesa dos trabalhos foi formada pelas desembargadoras Angélica de Almeida e Maria de lourdes Rachid Vaz de Almeida e as juízas Eaine Cristina Monteiro Cavalcante e Maria Domitila Manssur Domingos, todas integrantes da Comesp; pela juíza diretora do Complexo Judiciário ministro Mário Guimarães ( Fórum Criminal da Barra Funda) Maria de Fátima dos Santos Gomes Muniz de Oliveira; pela presidente do Comitê de Ação Social e Cidadania do Tribunal de Justiça (CASC), Maria Luiza de Freitas Nalini; representantes do Geledês-Instituto da Muher Negra e da Themis-Gênero, Jusitça e Cidadania e o juiz da Vara da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher da Região Leste 2, Caio Moscariello Rodrigues.

Também prestigiaram o encontro o secretário da Área da Saúde (SAS) do Tribunal, Tarcísio dos Santos;a juíza do Trabalho Mylene Pereira ramos; as promotoras de Justiça do Grupo de Enfrentamento à Violência Doméstica (Gevid), Valéria Scarance e Silvia Charquiam; a secretária-adjunta da Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres, Dulcelina Xavier; a presidente da Comissão de Mulher Advogada da OAB/SP, Kátia Boulos; magistrados, integrantes do Ministério Público e da advocacia, defensores públicos e servidores.

Sobre o Aplicativo:

1. O PLP 2.0 funciona inicialmente somente para Android
2. É a primeira fase do Aplicativo
3. Criar uma rede particular de proteção e permite cadastrar 5 telefones em minha rede de proteção.
4. Configure o tempo do alarme
5. Agite seu telefone para enviar o pedido de socorro.
6. E aguarde novas atualizações.







Fonte: ( http://www.geledes.org.br)


segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Segundo OMS, violência contra a mulher vira um epidemia.

Ceará Agora  Editorial Alerta Geral  novembro 24, 2014


Agressões dentro e fora de casa. Desrespeito de companheiros e, muitas vezes, dos próprios filhos. Desamparo do poder público e da família. Tem sido, assim, a rotina de milhões de mulheres vítimas da violência. Tem sido, assim, o dia-a dia de milhões de brasileiras. De milhares de mulheres cearenses que aparecem, mais uma vez, como vítima de casos de violência que chocam, geram traumas e sacrifícios. Os abusos contra as mulheres estão retratados em uma pesquisa divulgada, nesse final de semana, pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A OMS faz um alerta mundial que esse tipo de violência se transformou em uma epidemia e alerta para a necessidade desses casos serem tratados mais como questão de saúde pública e menos como casos de polícia. A pesquisa aponta que duas em cada três mulheres são vítimas frequentes da violência no próprio lar e de abusos sexuais. Os dados desse levantamento revelam, ainda, que mesmo com todos os mecanismos adotados para inibir esse tipo de agressão, como, por exemplo, no Brasil, como o avanço da lei Maria da Penha, a ampliação do número de delegacias especializadas, as mulheres continuam sofrendo discriminação, preconceito, agressões verbais, físicas e morais. Na maioria dos casos, o mais lastimável: a agressão acontece dentro de casa.

fonte:(http://www.cearaagora.com.br )


Recife participa de campanha pelo fim da violência contra a mulher.

Do NE10

"Ser feliz. Eu vou. É meu direito". É este o nome da nova campanha pelo fim da violência doméstica e sexista contra a mulher, lançada pela Prefeitura do Recife (PCR) em comemoração ao movimento internacional de "16 dias de ativismo", que acontece de 25 de Novembro a 10 de Dezembro.

De acordo com a Secretaria da Mulher, o evento reforça o compromisso na construção de uma cidade igualitária. O objetivo é incentivar a denúncia dos crimes , através do "Liga, mulher", do Centro de Referência Clarice Lispector, localizado no Centro do Recife, especializado em orientar mulheres em situação de violência. A ligação é gratuita eo serviço funciona todos os dias, inclusive fins de semana, das 7h ás 19h.

A campanha, que será lançada nesta terça-feira (25), será veiculada em outdoors e painéis de LED pelo Recife e nas redes sociais da PCR. Durante 16 dias, uma personagem chamada Socorro divulgará os eventos e ações promovidos na página do Facebook do órgão municipal.

No evento, será lançado o livro "Reconstruindo vidas: mulheres que romperam a violência doméstica", que retrata a história de dez recifenses que passaram por diversos tipos de violência (sexual, patrimonial, doméstica) e o relato de profissionais que lidam com o assunto.

MOVIMENTO- A campanha de 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher começou em 1991, por iniciativa do Centro de Liderança Global de Mulheres. Mais de 150 países participam , e esta tornou-se uma das mais importantes estratégias de mobilização e sensibilização da sociedade.


(fonte:http://noticias.ne10.uol.com.br/ )

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Universidade e violência contra as mulheres: Vamos falar sério?

As mulheres já são maioria nas universidades brasileiras.
Combater o machismo no ambiente acadêmico, contudo, segue sendo um desafio. As noticias de violência contra as estudantes dentro das instituições de ensino têm se multiplicado.

Por Virgínia Barros*, para o Portal Vermelho.


A USP, por exemplo, maior instituição pública do país, tem sido espaço de muitas denúncias. Em setembro deste ano, uma estudante da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) denunciou uma tentativa de estupro. Ela vinha recebendo bilhetinhos anônimos e foi abordada com violência no estacionamento por um homem que não conseguiu identificar. Ela só conseguiu escapar porque acionou a buzina do carro insistentemente.

Recentemente, chamou a atenção de todo o país uma audiência da Assembleia Legislativa de São Paulo em que duas jovens afirmaram terem sido estupradas em festas organizadas por veteranos de medicina da principal universidade paulista. Em decorrência destas denúncias, foi aberto um inquérito pelo Ministério Público Estadual para investigar casos de violência sexual e agressão às mulheres e homossexuais da Faculdade de Medicina da USP.

Além do trauma, medo e vergonha- a culpabilização das vítimas é frequente- as mulheres que sofrem violência sexual têm dificuldades de encontrar testemunhas. Não existem estatísticas sobre o tema em universidades brasileiras, mas os casos se repetem em agressões cometidas pelos próprios estudantes e por pessoas de fora da instituição, que entram no campus por falta de segurança. As universidades, portanto, também são responsáveis.

Nos Estados Unidos, em maio, o Departamento de Educação divulgou uma relação de 55 universidades e faculdades norte- americanas investigadas por suspeita de não cumprirem a lei ao lidar com denúncias de violência, abuso sexual ou assédio sexual. A lista inclui universidades mundialmente famosas, como a Faculdade de Direito de Harvard College, assim como as universidades de Berkeley, Princeton, entre outras.

Há alguns meses, uma estudante da universidade de Columbia desfilou pela faculdade com o colchão onde sofreu violência sexual dentro da instituição para chamar a  atenção para o caso, depois que a direção da universidade considerou inocente o acusado, um colega de quarto da estudante.

Muitos consideram uma "epidemia" o número de agressões sexuais nos campi. Nos EUA, segundo dados das próprias universidades, uma em cada cinco estudantes já foi atacada, mas só 12% denunciaram. Na Califórnia, existe uma lei inédita que obriga todas as faculdades a terem um política contra agressões sexuais- e as universidades que se negam podem deixar de ganhar repasses de verbas do governo. Algumas já adotaram medidas para orientar os estudantes de que os espectadores têm o poder e o dever de intervir em situações que podem vitimar as mulheres.

Nota-se, portanto, que este não é um problema exclusivo do nosso país, mas o reflexo da cultura machista que prevalece na sociedade contemporânea. Nós, mulheres, conquistamos o direito de trabalhar fora de casa, mas ainda recebemos salários inferiores ao dos homens. Chegamos à chefia de grandes empresas e postos políticos importantes, inclusive na presidência da República, mas ainda sofremos com estereótipos que ridicularizam nossa presença nos espaços de poder. Tornamo-nos maioria na universidade, mas ainda carecemos de políticas de permanência, saúde e segurança que se voltem especificamente para as mulheres.

Todos devem ter consciência de que zelar pela integridade das estudantes deve ser papel da instituição, dos homens e das mulheres dentro das universidades.Combater o machismo com atitudes diárias, seja no dia-a dia das aulas ou em festas e ambientes de descontração, é o caminho para que as mulheres não se sintam ameaçadas. Por isso é necessário que se ampliem em âmbito nacional as delegacias de proteção à mulher e as punições aos agressores. No contexto das universidades, precisamos criar órgão específicos que sejam responsáveis pela apuração de todos os casos e pelo amparo psicológico às estudantes vitimadas.

A segurança dentro dos campi é assunto frequente na reivindicação do movimento estudantil. É preciso uma solução séria e eficiente para o tema: nem a truculência da Polícia Militar, nem a inanição da guarda patrimonial. Queremos acender o debate sobre o retorno da guarda universitária aos quadros da universidade, para que haja um corpo de segurança especialmente treinado para este ambiente e que possa assegurar a defesa social da comunidade acadêmica.

Precisamos também melhorar a infraestrutura do campus: ocupar com inteligência e segurança os espaços e reforçar o sistema de iluminação para os estudantes que estudam à noite. Avançar nas politicas de assistência estudantil para melhorar as condições de vida e aprendizado de todos os estudantes também é fundamental, com creches e assistência médica e psicológica inserida nos planejamentos das instituições.

O movimento estudantil se mantém na linha de frente do combate a qualquer tipo de opressão contra as mulheres: somente na luta cotidiana contra o machismo poderemos mudar essa realidade de medo e violência e construir uma sociedade igualitária e fraterna, onde todos e todas possam viver plenamente a sua diversidade.


Fonte: (http://www.vermelho.org.br/)