quarta-feira, 30 de abril de 2014

Juiz revela que demora na Justiça estimula a Violência Contra a Mulher.

Piauí é o terceiro com maior número de casos de violência contra mulher.Em 2014, sete mulheres foram mortas nos meses de Janeiro e Fevereiro.

Segundo relatório de uma comissão de deputados federais que esteve no Piauí, entre Janeiro a dezembro de 2012, foram registradas 135 mil denúncias de violência contra mulher. Ainda segundo o relatório, o Piauí é o terceiro estado com maior número de casos. Nos dois primeiros meses de 2014 sete mulheres foram assassinadas em Teresina.

Para a presidente da organização União das Mulheres, Tânia Mendes, a impunidade serve de incentivo para novos crimes. Ela mencionou o caso do policial suspeito de assassinar com sete tiros a esposa na cidade de Capitão de  campos e disse não acreditar que o militar fique muito tempo preso. "Só cresce por conta da falta de punição aos agressores. Nesse último caso até que tem uma pessoa presa, mas não deve demorar muito na cadeia", disse Tânia.

Segundo o juiz José Olindo Gil Barbosa, responsável por julgar os crimes de violência contra a mulher no Piauí, a demora da justiça incentiva a violência. "Nossa estrutura não é das melhores. Temos a carência de profissionais e já levamos essa preocupação ao Tribunal de Justiça, mas o problema ainda não foi solucionado. A demora judicial estimula a violência em todos os níveis, principalmente na defesa da mulher. Se demorarmos em dar uma resposta os agressores se sentem livres para agir novamente", revelou o juiz.

Na cidade de Capitão de Campos centenas de pessoas foram às ruas em um protesto contra a morte de Neylívia Oliveira Costa, assassinada a tiros. O suspeito do crime é o marido. durante a manifestação, parentes, amigos e a população pediram justiça.

"Só vamos ter paz depois da justiça, até porque sabemos que a família dele junto com seus advogados já estão fazendo uma manobra para internem ele como louco. Que louco é esse que passa 30 anos na polícia", questionou uma familiar da vítima.

O pai de Neylívia Olivera pede que seja feita justiça. "Quero que os homens da terra façam justiça, para que esse caso não fique impune como os outros. Precisamos acreditar que existe justiça", afirmou Antônio Estevão Costa Filho.


(fonte: www.g1.globo.com)

sexta-feira, 25 de abril de 2014

90% das mulheres estupradas não denunciam agressor, diz especialista

Por Ana Flávia Oliveira - iG São Paulo 

Medo de morte, vergonha e humilhação e sentimento de culpa são os principais motivos para a falta de denúncia.

Três dias antes do Natal do ano passado, a agente de atendimento Isabela (nome fictício), de 18 anos, estava voltando para casa após um culto na igreja onde frequenta quando foi abordada por um desconhecido em uma moto. A princípio, ela diz ter pensado se tratar de um assalto e chegou a entregar o telefone celular ao homem com capacete.
“Esse foi o único dia que eu estava voltando para casa sozinha. Ele me pegou em uma rua deserta e apontou a arma para mim. Por medo, eu não gritei. Ele pegou o celular e disse que ia me guiar. Me levou a uma rua mais deserta e colocou um capuz em mim para eu não ver o rosto dele”, diz.
O estupro aconteceu na rua mesmo. Com medo do agressor que a ameaçou de morte caso contasse para alguém, Isabela ficou calada e relatou apenas o assalto para a mãe.
A jovem faz parte dos 90% das vítimas de violência sexual que não denunciam o agressor e não procuram ajuda médica, segundo o ginecologista Jefferson Drezett, coordenador do projeto “Bem Me Quer” do hospital Pérola Byington, na região central de São Paulo, referência no atendimento de mulheres e crianças vítimas de violência sexual.

A maioria das mulher agredidas não denunciam.

“Existe uma informação consolidada de que a maior parte das pessoas que sofrem violência sexual não vai procurar ajuda policial nem médica. A situação brasileira não é diferente da encontrada na América Latina e Caribe. Apenas 10% a 15% denunciam”, diz ele.
Drezett afirma que os principais motivos para que a denúncia não seja consolidada são o medo de morte e da repetição da violência, sensação de vergonha e humilhação e sentimento de culpa.
Para a psicóloga Branca Paperetti, coordenadora da Casa Eliane de Grammont, que também atende vítimas de violência, estupro e abusos também são subnotificados quando o agressor é um conhecido da vítima, principalmente quando ela tem (ou teve) um envolvimento afetivo ou amoroso com ele.
“Quando acontece na rua, muitas vezes ficam as provas da violência. Mas em casa, ela, muitas vezes, acredita que isso [relação sexual não consentida] faz parte das regras do casamento. Para muitas não é considerado estupro. Muitas vezes, elas descobrem que foram abusadas depois que procuram ajuda por causa de agressões físicas e depois relatam violência sexual. Cerca de 90% das mulheres que nos procuram relatam violência física, a princípio. Mas em 80% desses casos, o abuso sexual também aparece depois da primeira queixa”, diz Branca.
“A gente tem mais noticia do abuso sexual por parceiros, conhecidos, ou ex-compenheiros do que por desconhecidos. Eles não aparecem, não são contabilizados. Isso acaba gerando uma naturalização desse tipo de violência", afirma Branca.
Gravidez e doenças
Segundo Drezett, o número de denúncia sobe consideravelmente quando a vítima engravida e chega a 70%. “É claro que a maioria das mulheres não denuncia. Os números mostram que é um iceberg, mas quando existe um problema como a gravidez, elas têm iniciativa de procurar a polícia, um serviço de saúde e acabam compartilhando apenas com familiares e amigos muito próximos.
Foi o que aconteceu com a agente Isabela. “Percebi algo estranho no meu corpo, fui ao médico, pensando que era cisto, fiz exames e descobri a gravidez. Tive que contar para minha mãe. Nós fomos à delegacia e fizemos um boletim de ocorrência e fomos encaminhadas ao hospital Pérola Byington", conta. Lá, ela recebeu a autorização para fazer o aborto legal, permitido no Brasil, em casos de estupro.
“Me sinto um pouco mais aliviada [em ter feito o aborto], mas o trauma vai continuar. Saber que não vou fazer a criança sofrer com a rejeição me alivia um pouco mais”, diz.
O coordenador do projeto “Bem Me Quer” do Pérola Byington afirma que 5% a 6% das mulheres em idade fértil que foram estupradas e não usam métodos contraceptivos engravidam. Apesar de baixo o risco de gravidez, as doenças sexualmente transmissíveis atingem 32% das mulheres e o dano psicológico é comum para quase 100% das vítimas.
“É avassalador, virulento. É incomum que não tenham impacto emocional. A maioria das mulheres desenvolve a Síndrome do Transtorno Pós-Traumático. O trauma pode durar anos e pode até ser permanente, principalmente se ela não receber a atenção adequada. É muito comum ela pensar recorrentemente em suicídio. Não quer dizer que ela vai cometer, mas ela pensa muito”.
Ele diz que além do campo psicológico, que pode incluir também ansiedade, depressão, transtornos do sono e de alimentação, abuso de drogas e álcool, a mulher também vai perceber impacto muito grande na sexualidade. “Muitas param de ter relações sexuais. Elas sentem dor, perdem o prazer e têm dificuldade ou perdem totalmente o desejo sexual”, diz o ginecologista.
Crianças e adolescentes
Drezett afirma que, no caso de crianças, os danos vão ainda afetar as relações pessoais por toda a vida. “Geralmente, as crianças são abusadas por pais, padastros, pessoas próximas ou que tenham acesso a elas e por isso há uma quebra de confiança”.
Branca alerta que crianças abusadas geralmente serão adultos que terão dificuldade para “viver a própria sexualidade, se entregar e confiar”.
“Geralmente, quem comete o abuso é uma pessoa que deveria proteger a criança, que ainda não tem códigos morais e sociais para entender que isso está errado. No começo, pode até gostar da atenção que está recendo, mas quando percebe o abuso se sente culpada . Isso é desastroso na formação da identidade de uma criança”.
Os pequenos ainda são as maiores vítimas de estupros e abusos no País. Segundo Drezett, 50% dos pacientes do projeto Bem Me Quer, que atendeu cerca de 30 mil vítimas, desde 1994 (quando foi criado) são crianças de até 12 anos, 25% são adolescentes e 25% são adultos.
Registros
Apesar de necessário para se ter um levantamento aproximado do número de casos no País e possível investigação policial, fazer boletim de ocorrência nem sempre é uma experiência tranquila para as vítimas. “Mesmo com a gravidez, muitas mulheres não querem realizar o boletim de ocorrência. O motivo geralmente é que elas estão em risco e são ameaçadas pelo agressor”, diz Drezett.
Além disso, diz Branca, existe o constrangimento de contar a história para desconhecidos, como delegados e investigadores, que nem sempre têm preparo para atender vítimas de violência sexual.
Mas mesmo quando a vítima resolve passar por cima do constrangimento e se propõe a denunciar casos de abusos, a tarefa não é fácil. A analista de planejamento financeiro Jéssica Teixeira, 22 anos, diz ter sofrido abuso sexual em um ônibus que fazia o trajeto entre as cidades de Diadema e São Bernardo do Campo (ABC). Segundo ela, um homem aproveitou a lotação do ônibus para se esfregar nela. “Ele tirou o pênis para fora e colocou na minha mão. Eu gritei”, diz ela. Ainda de acordo com a analista, o abusador foi tirado de dentro do coletivo por um passageiro. Os três saíram do terminal Diadema e encontraram uma viatura da Guarda Civil Municipal (GCM), que fez o registro da ocorrência.
“Fiquei muito nervosa, não fui a uma delegacia e os policiais também não me orientaram a ir. Apenas forneci meus dados, que eles anotaram e fui embora. Estava muito nervosa e não pensei em nada. Achei que só falar com eles resolveria. O homem [abusador] estava lá, tinha testemunha”. Ela diz não saber se foi registrado um boletim de ocorrência.
Questionada pela reportagem sobre o assunto, a GCM informou em nota que “não houve ocorrência registrada na GCM de Diadema”. A jovem diz que já solicitou as imagens das câmeras do ônibus para registrar um boletim de ocorrência na Polícia Civil e tentar identificar o agressor.
fonte:(www.ig.com.br)

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Campanha em lojas criticam a violência contra as mulheres

Adesivos criados pelo Instituto Maria da Penha alertam que, mesmo após correção da pesquisa do Ipea, índice de pessoas que apoiam estupro ainda é alto.

São Paulo- O instituto Maria da Penha criou adesivos publicitários para serem usados em vitrines de lojas para ressaltar que, mesmo após a correção nos dados do IPEA sobre violência contra a mulher, o índice de pessoas que apoiam o abuso contra a mulher ainda é preocupante.Na sexta-feira, 4, o Ipea informou que 26% e não 65%, concordam, total ou parcialmente, com a afirmação de que mulheres que usam roupa que mostram o corpo merecem ser atacadas.
Os adesivos fazem alusão aos cartazes geralmente usados pelas lojas para anunciar liquidações.Em tamanho maior, aparece o número 26%, como se fosse um índice de desconto. Ao chegar mais perto, o cliente pode ler, junto ao número:"O número mudou, mas ainda é absurdo. Não é desconto:É a quantidade de gente que acha que o jeito da mulher se vestir justifica o estupro. Esta loja não apoia isso".Todos os adesivos vêm acompanhados da hashtag #essamodatemqueacabar.
De acordo com o Instituto Maria da Penha, os adesivos já começaram a ser usados no dia 05, por lojas da região dos jardins, na zona oeste de São Paulo.

(fonte: http://estadao.br.msn.com/)

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Rio Grande do Sul é exemplo no combate a violência contra mulheres.

Por Ana Flávia Oliveira - iG São Paulo


Estado criou Patrulha da Lei Maria da Penha, Observatório de dados, ampliou número de delegacias especializadas e ganhou elogios do governo e prêmio do BID


Com iniciativas como a Patrulha Maria da Penha, o Observatório de dados e a ampliação da quantidade de delegacias especializadas, o Estado do Rio Grande do Sul tem se tornado exemplo quando o assunto é política de prevenção e enfrentamento da violência contra a mulher, segundo Aparecida Gonçalves, secretária responsável por esse setor da Secretaria de Políticas para Mulheres, do governo federal.


"Uma vez ele me mordeu. Fiquei chateada. Ele disse que era para me marcar, diz uma vítima de violência."

“Cada Estado tem uma realidade, tem Estado que a delegacia fecha às 13h. Falta uma cultura, falta mudança de comportamento e cultura do Estado e das pessoas. Falta maior investimento em segurança pública, faltam serviços especializados, juizados, delegacias [da mulher]. Não chegamos a ter isso nem em 8% dos municípios. Falta mudar comportamento e cultura, falta a Lei Maria da Penha funcionar no País inteiro", afirma.
De acordo com ela, essa mudança de comportamento está vindo do sul. As ações que vêm sendo desenvolvidas no Estado desde 2011 foram elogiadas por ela, em entrevista ao iG.
Segundo a chefe de gabinete da Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Rio Grande do Sul, Raquel Arruda Gomes, o Estado diminuiu os índices de violência contra as mulheres após 2011, quando a SSP passou a fazer o levantamento dos números da violência.
“Não tinha esse tipo de dados. Após um pedido da assembleia legislativa percebemos que teríamos que dar uma resposta para a sociedade. Pegamos as ocorrências policiais uma a uma e criamos o observatório. Em 2011, eram aproximadamente 40 mil ameaças, 27 mil lesões corporais, 1.300 estupros e 100 femicídios, que são mortes anunciadas. O marido ameaça, insulta, bate e só depois mata. Um trabalho que se pode fazer a prevenção”, disse.
De acordo com um levantamento do governo gaúcho que analisou os assassinatos de mulheres em função do gênero, os femicídios, cometidos entre 2006 e 2011, a metade (50,4%) dos casos tem como autor o atual marido ou companheiro; 25,5% são cometidos por ex-companheiros ou ex-maridos; e em 83,48% dos casos, o assassinato ocorre na residência da própria vítima. O estudo apontou ainda que em 41,7% desses casos já havia registros de outros delitos que antecederam o homicídio.

Segundo Raquel, isso acontece porque as delegacias especializadas no atendimento à mulher trabalhavam isoladas do Judiciário e não tinham apoio de outras esferas do próprio governo. “Após a delegada pedir a autorização da medida protetiva [que impede que o agressor se aproxime da vítima], não sabíamos se ela tinha sido autorizada.Não tínhamos acesso aos dados da Justiça. Além disso, não tinhamos garantias de proteção e não havia rede que pudesse complementar ao serviço da delegacia e monitorar o cumprimento das medidas protetivas. Por isso, entramos em contrato com o judiciário e conseguimos acesso aos dados”, explicou.
Esse, segundo ela, foi o primeiro passo para fazer o diagnóstico dos números da violência no Estado e criar uma forma de proteger a mulher que já procurou uma delegacia especializada, já denunciou o agressor e mesmo assim, é agredida novamente ou até mesmo assassinada.
Assim foi criada a Patrulha Maria da Penha, com equipes da Brigada Militar destacadas para visitar periodicamente vítimas de agressão e garantir que as medidas protetivas sejam cumpridas. A princípio foram criadas quatro equipes apenas na capital, Porto Alegre. Hoje são 13 (também em outras cidades) e a expectativa é que sejam criadas mais 20 equipes até o fim do ano.Outra frente importante, segundo Raquel, foi a criação das salas Lilás, em 13 Institutos Médicos Legais (IML) do Estado, voltadas exclusivamente para mulheres.
"As mulheres são mais de 70% dos atendimentos dos postos médicos legais, mas não tinham um olhar para ela. Quando elas tinham que procurar o serviço, ficavam até na mesma sala do agressor. Havia também problema na coleta de material, no caso do estupro, e não havia padronização no procedimento, o que trazia prejuízo para identificar a autoria”, diz.
Mas o trabalho não pode ser voltado apenas para mulher, tem que envolver a sociedade e o agressor, diz ela. Por isso, o Estado, por meio da Coordenadoria Penitenciária da mulher, também oferece um trabalho de combate a reincidência, com conscientização no presídio e monitoramento após do agressor ser solto.As iniciativas foram reconhecidos pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) neste ano, que premiou o Estado na categoria ‘Governante: A Arte do Bom Governo’.
Além do prêmio, o Estado vem vendo os números da violência contra a mulher caindo. Segundo dados do governo, o número de femícidios, caiu de 102, em 2012, para 92 no ano passado, os estupros caíram de 1.331 para 1.162, lesão corporal tiveram queda de 27.145 para 25.964 no ano passado.
Outros Estados
Apesar das quedas no número de violência no Rio Grande do Sul, Aparecida Gonçalves, do governo, diz que, no geral, o Brasil ainda está muito atrasado em relação ao tema. Estados, como Alagoas, que ela definiu como “complicado”, por ter uma rede de atendimento à mulher vítima de violência frágil, e o Espírito Santo, por concentrar a maior quantidade de assassinatos de mulheres em proporção ao número de habitantes do País, segundo o Mapa da Violência, são lugares que demandam bastante atenção por parte dos governos.No Espirito Santo, segundo o Mapa da Violência- Homicídio de Mulheres no Brasil, de 2012 (o mais recente),175 mulheres foram mortas em 2010 - taxa de 9,8 assassinatos para cada 100 mil habitantes. De acordo com Leonor Araújo, subsecretária de Movimentos Sociais da Casa Civil do Espirito Santo, 60% desse total foram causados por violência doméstica.
 “É um crime difícil [de combater] porque o acesso é difícil e a polícia não pode interferir diretamente, a não ser que tenha uma denúncia”, disse. Segundo ela, a própria vítima de violência não denuncia por medo do agressor, que na maioria das vezes é o marido (ou companheiro), por uma “questão cultural”, que favorece o machismo, por dependência financeira, e por desconhecimento em relação aos próprios direitos.
“As causas [para o medo de denunciar a agressão] geralmente são a falta de qualificação profissional, que causa a dependência financeira, e faz com que ela fique em um casamento violento. Ela também tem medo de se separar do marido e perder a guarda dos filhos. A pouca informação contribui para violência. A mulher não sai desse ciclo e não denuncia. Quando ela chega na delegacia, está há anos sofrendo violência”, diz Eleonor.
Ela admite que o Estado tem políticas frágeis de combate à violência contra a mulher (inclusive no levantamento de dados sobre o assunto) e que a cultura “predominantemente machista do capixada” favorece o grande número de assassinatos de mulheres. Mas diz que está o Estado está trabalhando para ampliar a rede de proteção às vítimas.
“Estamos ampliando o número de delegacias especializadas, qualificando policiais para trabalhar com esse tipo de público, criando um centro especializado para atendimento à mulher vítima de violência, que deve ser inaugurado até novembro, com psicólogos, assistentes sociais, pedagogos e cientistas sociais, além de um trabalho com os homens agressores em dois presídios do Estado”.
Em Alagoas, também citado pela representante do governo, segundo colocado no ranking de Estados com mais mortes de mulheres, 134 mulheres foram assassinadas em 2010 (8,3 para cada 100 mil habitantes).De acordo com Solange Albuquerque Viegas, superintentende de Promoção dos Direitos e de Politicas para Mulheres da Secretaria de Estado da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos, 70% dos assassinatos de mulheres são em decorrência da violência domestica e 30% são em decorrência do envolvimento com tráfico de drogas e por causa da violência urbana, como assaltos e balas perdidas. Ela diz que o Estado vem trabalhando uma mudança de mentalidade das próprias mulheres para que elas denunciem a violência sofrida.
“Precisamos de mais campanhas informativas e educativas. Em março fizemos uma na televisão com inserções por uma semana. O objetivo é trabalhar junto às mulheres para que elas sejam menos violentadas e que elas denunciem. Nossa perspectiva é que dimunua o número de mulheres violentadas e que eliminemos o número de mulheres mortas neste contexto”, diz.
Violência contra a mulher no Brasil
Segundo o Mapa da Violência 2012 - Homicídios de Mulheres no Brasil, de autoria do sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, o País é o sétimo no ranking mundial de assassinatos de mulheres, com uma taxa de 4,4 homicídios em 100 mil mulheres.
Ainda de acordo com o estudo, que analisou 70.270 ocorrências de violência contra mulheres registradas no Sistema Nacional de Atendimento Médico (Sinan) em 2011, a maior parte das ocorrências (71,8%) acontecem dentro da casa da vítima. O estudo indicou que o conjuge foi o autor em 27,6% dos casos de agressão. Esse percentual sobre para 49,3% das ocorrências, no caso de mulheres entre 30 e 39 anos que sofreram agressão física em 2011.
Além disso, o estudo indicou que a violência física é prepoderante, englobando 44,2% dos casos. A psicológica ou moral representa 20,8% dos casos, enquanto a violência sexual é responsável por 12,2% dos atendimentos.
fonte:(www.ig.com.br)