quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Vídeos chamam a uma mudança de atitude frente à violência contra a mulher

Natasha Pitts
Jornalista da Adital
Adital
Em 2009, a Rede Nacional Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos trouxe ao Brasil a ‘Campanha Ponto Final na Violência contra as Mulheres e Meninas’. Durante o ano de 2010, a iniciativa foi desenvolvida nacional e localmente e neste ano entra em outra fase com a divulgação de material áudio-visual. Três vídeos, que já estão sendo veiculados na TV Educativa do Rio Grande do Sul, chamam a uma mudança de pensamento e atitude frente à violência de gênero.
A intenção é gerar uma reflexão sobre a violência contra mulheres e meninas e despertar o espectador para transformar suas atitudes e ajudar outras pessoas a também optarem por uma mudança nas ações que dizem respeito à violência de gênero. Dessa forma, será possível, mesmo que em longo prazo, mudar realidades como a do Brasil, onde a cada 15 segundo uma mulher sofre violência.
Os vídeos foram lançados em novembro de 2010 durante audiência pública com a Ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Nilcéia Freire, e desde o dia cinco vêm sendo veiculados na Televisão Educativa do Rio Grande do Sul – TVE/RS. De acordo Télia Negrão, coordenadora executiva da campanha, cópias dos vídeos estão sendo distribuídas para comunidades e outras TVs educativas.
"A repercussão foi enorme com apenas três dias de veiculação dos três vídeos da campanha na TV Educativa do Rio Grande do Sul. Recebemos muitos e-mail e telefonemas de pessoas que queriam aderir. Nossa expectativa agora é que a Empresa Brasil de Comunicação possa colocar os vídeos em sua programação”.
Segundo Télia, 14 capitais brasileiras já receberam as atividades da Campanha. Em nível local, são desenvolvidas ações na comunidade Campo da Tuca, no Partenon, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Debates, atividades de sensibilização em grupo, atividades culturais, visitas domiciliares, oficinas de inclusão digital, dança e mobilizações para adesão à Campanha são apenas algumas das ações desenvolvidas.
"O que fazemos é um trabalho educativo que terá resultados em médio e longo prazo, mas temos alguns indicadores para medir o impacto da campanha hoje. Temos, por exemplo, um adesivo com a frase ‘Nesta casa não entra violência contra a mulher’, que é colado na casa dos que aderiram à campanha. Milhares de adesivos foram distribuídos e podem ser vistos na porta de várias pessoas da comunidade”, esclarece.
Para a coordenadora da campanha, outra forma de ver os resultados positivos brotando no Campo da Tuca é analisar as ações feitas com os e as adolescentes.
"Desde que a campanha entrou na comunidade as meninas cobram outra atitude dos meninos com relação a elas e estes, por sua vez, estão mais vigilantes às atitudes dos outros rapazes. A Campanha acaba provocando um empoderamento das adolescentes, que conseguem se enxergar como sujeitos de direito. Isso nos dá mostras de que este método é adequado a nossa intenção”, manifesta.
Para permitir que a campanha Ponto Final ganhe ainda mais visibilidade, o bloco carnavalesco Ilê Mulher, de Porto Alegre, terá uma ala especial para passar a mensagem da campanha. Outros interessados em aderir à campanha e divulgar os vídeos nas redes sociais e em suas páginas pessoais podem conhecê-los e copiá-los no site www.campanhapontofinal.com.br e também no youtube.
Siga a Campanha no Twitter: http://twitter.com/pontofinal2010.


(fonte:www.adital.com.br)

sábado, 12 de fevereiro de 2011

O agressor mina totalmente a nossa confiança e auto-estima, reduzindo-nos a nada

Quase todas nós conhecemos alguém que já sofreu ou já sofremos violência física, emocional, e ou moral, de nossos companheiros, chefes ou colegas de trabalho, ou mesmo de nossos filhos irmão... Desde vizinha que leva uns tabefes quando o marido bebe alem da conta, até aquela moça bonita e inteligente que ninguém entende por que é que não se separa do namorado que a insulta na frente de todos. Aos olhos de quem está de fora o único caminho é a separação, assim como temos que reconhecer que é o mais fácil.

Mas quando trabalhamos com mulheres que sofrem agressão, ou quando sofremos agressão, sabemos que falar em uma separação é um processo complexo, que evolve muito mais do que a segurança da mulher que sem duvida está em jogo.


Os anos de abuso físico/emocional nos afeta a percepção acerca de limites, o que nos leva a hesitar muitas vezes diante da separação e a manutenção da relação. Às vezes até experimentamos sair de casa, mas nos sentimos emocionalmente ligadas ao agressor, o vemos como parte do nosso projeto de vida, como o pai de nossos filhos, e a vontade de voltar a ver a família unida nos faz regressar. Perdi a conta de quantas vezes eu mesma fiz esse trajeto até tomar consciência que a unica saída, era a separação total, para o meu bem e o bem dos meus filhos.


Estamos presas em algum ponto de nossas vidas ao poder dos fantasmas e demônios inconscientes. Todas nós temos segredos vergonhosos, crenças infantis na nossa maldade. (Que é usada sabiamente pelo agressor). E todas nós temos culpa adulta verdadeira por erros cometidos por ação ou omissão. Temos momentos em que fazemos, pensamos e ou sentimos coisas que sabemos ser maldosas ou até mórbidas. E somos tentadas a não assumir, e a justificar essas nossas ações.

Mas se desejarmos mesmo sair do circulo vicioso que se transformou o nosso relacionamento, temos que reconhecer a verdadeira origem dessas nodoas escuras que mancham o nosso mundo, a escuridão na realidade emana de nós.

Sei o quanto cada uma de nós gostaria de estar acima da nossa intensa vulnerabilidade, de controlar a nossa vida e a vida dos outros, de nos esquivar de sentir o desamparo que sentimos primitivo e existencial. Todas nós abrigamos um sentimento de vitimização, que usamos para justificar o nosso lado que não queremos aceitar. Resistimos à pura visão de nossos erros. Projetamos no “outro” a imagem do “inimigo”, o que nos permite tratá-los tão mal, forçando-os a desempenhar esse papel em nosso melodrama, em vez de respeitarmos nossa integridade.



Mas esse é um problema com tanta sutileza, que na maioria dos casos nem nós temos noção do que está se passando ao nosso redor. Estamos enredadas numa série de tentativas de manipulação, agredidas que levamos um bom tempo, até percebermos que somos vitimas da violência doméstica.

O agressor mina totalmente a nossa confiança e auto-estima, reduzindo-nos a nada. Como sempre me refiro à manipulação é uma ferramenta poderosa a que o agressor recorre com freqüência. Somos acusadas de estarmos na origem de todos os problemas de nossa casa, se não também de seus negócios. Quando fazem isso eles só conseguem o que querem porque tem aceso, aos nossos medos infantis. É cenas melodramáticas, dignas de um filme tipo pastelão, mas que caímos. (Essa manipulação e o melodrama são característica usual de psicopatas). Tanto no cotidiano como na vida conjugal em particular, o agressor procura passar uma imagem de si próprio de grande vitima, grande sofredor, a quem tudo (de negativo) acontece.

Alem de tentar minimizar todos os argumentos e queixas da vitima enquanto maximiza as suas próprias necessidades. Encara-as como mais urgentes ou mais importantes e, através de atitudes egocêntricas, busca a atenção continua e a satisfação de todas as suas vontades.

Para isso essas pessoas recorrem com freqüência a palavras depreciativas ou humilhantes, capazes de abalar seriamente a auto-estima do cônjuge. Esse é um problema que pode atingir qualquer uma de nós, mesmo as que são consideradas inteligentes e cultas.

Acusações despropositadas do tipo “você tem um amante”, as quais procuramos nos defender, gerando um circulo vicioso. O fato de haver uma ligação emocional nos impede de perceber que estamos sendo alvo de manipulação.

Mas os atos depreciativos, não se esgotam por ai. Normalmente o agressor usa a violência verbal para nos humilhar (ainda mais). Sem nos damos conta acabamos por achar normal que quando “nervoso” o monstro nos chame por nomes horríveis. (Que ao longo dos anos vai nos corroendo por dentro). Porque esses atos normalmente vêem precedidos de uma serie de pedidos de desculpas, desculpas essas onde em nenhum momento o agressor, reconhece o seu erro, esse erro é totalmente nosso, somos nós as culpadas por ele ter saído do “limite”. Coitadinho, como sofre...

Não se iluda, esse monstro não é nervoso, não tem problemas, ele é simplesmente um monstro, e tudo isso é feito calculado milimetricamente para destruir, qualquer auto-estima que você ainda possa ter, para que você fique realmente sem ter para onde sair, e dependa totalmente dele, o objetivo desse monstro é te afastar de tudo e de todos, para que você não possa receber nenhum tipo de ajuda.

Lembre se: Isso não é amor, existe ajuda, e sempre uma saída. Sai mesmo que seja rastejando mais saia o mais rápido possível. É esse o meu conselho sempre...


fonte da matéria.)
Saúde inclui violência doméstica e sexual na lista de agravos de notificação obrigatória.
Christina Machado e Alex Rodrigues


Repórteres da Agência Brasil
Brasília – A partir de hoje (26), os profissionais de saúde estão obrigados a notificar as secretarias municipais ou estaduais de Saúde
sobre qualquer caso de violência doméstica ou sexual que atenderem ou identificarem. A obrigatoriedade consta da Portaria nº 104
do Ministério da Saúde, publicada hoje (26), no Diário Oficial da União - texto legal com o qual o ministério amplia a relação de
doenças e agravos de notificação obrigatória. 
Atualizada pela última vez em setembro de 2010, a Lista de Notificação Compulsória (LNC) é composta por doenças, agravos e
eventos selecionados de acordo com critérios de magnitude, potencial de disseminação, transcendência, vulnerabilidade,
disponibilidade de medidas de controle e compromissos internacionais com programas de erradicação, entre outros fatores. 
Com a inclusão dos casos de violência doméstica, sexual e outras formas de violência, a relação passa a contar com 45 itens.
Embora não trate especificamente da violência contra as mulheres, o texto automaticamente remete a casos de estupro e agressão
física, dos quais elas são as maiores vítimas. A Lei 10.778, de 2003, no entanto, já estabelecia a obrigatoriedade de notificação de
casos de violência contra mulheres atendidas em serviços de saúde públicos ou privados.
Responsável pelas delegacias da Mulher de todo o estado de São Paulo, a delegada Márcia Salgado acredita que a notificação
obrigatória dos casos de violência, principalmente sexual, vai possibilitar o acesso das autoridades responsáveis por ações de
combate à violência contra a mulher a números mais realistas do problema. De acordo com ela, os casos de agressão contra a
mulher não tinham que ser obrigatoriamente notificados à autoridade policial. 
"A lei determina que cabe à vítima ou ao seu representante legal tomar a iniciativa de comunicar a polícia. No momento em que isso
passa a ser de notificação compulsória e a equipe médica tem que informar a autoridade de Saúde, fica mais fácil termos um
número mais próximo da realidade", disse a delegada à Agência Brasil, destacando a importância de que a privacidade das vítimas
de violência, principalmente sexual, seja preservada.  
Já o presidente do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal, Marcos Gutemberg Fialho da Costa, destaca que as notificações de
doenças e agravos sempre incluem o nome do paciente e que a responsabilidade pela preservação da privacidade das vítimas de
violência será das secretarias de Saúde e dos responsáveis pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).
Ginecologista, Fialho confirma que, até hoje, os médicos e profissionais de saúde só denunciavam os casos de violência com a
concordância dos pacientes, a não ser em casos envolvendo crianças e adolescentes, quando, na maioria das vezes, o Conselho
Tutelar era acionado. Para o médico, a inclusão da agressão à integridade física na lista de notificações obrigatórias é um avanço,
mas o texto terá que ficar muito claro, já que o tema violência contra a mulher ainda suscita muita polêmica, e cada profissional
terá que usar de bom senso, analisando caso a caso, para não cometer injustiças e também não se sujeitar a sofrer processos
administrativo e disciplinar. 
Segundo o Ministério da Saúde, a atualização da lista ocorre por causa de  mudanças no perfil epidemiológico e do surgimento de
novas doenças e também da descoberta de novas técnicas para monitoramento das já existentes, cujo registro adequado permite
um melhor controle epidemiológico. Na última atualização haviam sido acrescentados à lista os acidentes com animais peçonhentos,
atendimento antirrábico, intoxicações por substâncias químicas e síndrome do corrimento uretral masculino.
A Portaria nº 104 também torna obrigatória a notificação, em 24 horas, de todos os casos graves de dengue e das mortes por causa
da doença às secretarias municipais e estaduais de Saúde. Também devem ser comunicados todos os casos de dengue tipo 4. As
secretarias, por sua vez, devem notificar as ocorrências ao Ministério da Saúde.

Edição: Nádia Franco//A matéria foi alterada para correção de informaçõesC

(matéria:www. agenciabrasil.ebc.com.br)
(fonte: www.agenciapatriciagalvao.org.br)

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Crescem ameaças a mulheres e cai nº de agressões

Para especialistas, aumento de denúncias ocorre por fatores como melhoria de renda e repercussão
dos casos Eliza Samudio e Mércia.

 (*Bruno Ribeiro e Elvis Pereira - O Estado de S.Paulo)


As mulheres vítimas de violência doméstica não estão esperando ser agredidas para
procurar as delegacias especializadas da cidade de São Paulo. No primeiro semestre
deste ano, segundo as Delegacias de Defesa da Mulher (DDM), houve em média 28
queixas de ameaças de companheiros por dia, ante a média de 27 em todo o ano
passado. O registro de agressões físicas recuou de 23 para 19 diários, se comparado o
mesmo período.
Para especialistas, as vítimas estão denunciando antes das agressões por fatores como
melhoria de renda e repercussão de casos como os de Eliza Samudio e Mércia
Nakashima. "Apanhei ontem, mas não quero isso para mim. Vai que ele faz de novo",
desabafou a funcionária de uma fábrica, de 31 anos, à reportagem, na segunda-feira
passada. Ela estava em uma DDM para denunciar o marido. "Ele está fazendo da minha
vida um inferno", disse. Só naquele dia, a delegacia recebeu 12 queixas de agressão e
ameaça.
Ao todo, entre janeiro e junho deste ano, 5.090 mulheres relatam nas Delegacias de
Defesa da Mulher paulistanas serem vítimas de ameaças, de acordo com dados obtidos
pela reportagem. No ano passado, a soma atingiu 9.787. Ou seja, a média diária subiu de
27 para 28. Já as agressões consumadas diminuíram. No primeiro semestre de ano,
chegaram a 3.531 casos (média de 19 por dia). Em 2009 inteiro, foram 8.480 (23
ocorrências diárias).

Independência. Na avaliação da assistente social Fátima Marques, titular da
Coordenadoria da Mulher da Prefeitura, a maior presença de mulheres no mercado de
trabalho está entre as explicações para o aumento de denúncias de ameaça. Dados do
Ministério do Trabalho mostram aumento de 22% no número de mulheres empregadas
na capital, na comparação entre janeiro e outubro de 2009 e o mesmo período deste ano.
Entre os homens, o aumento é de 20%.
"Entre as mulheres que não procuram ajuda após ameaça estão aquelas que não têm
emprego, são dependentes financeiramente do marido", afirma Fátima. "Com elas, está o
temor da separação", continua, "mas é porque elas ficam preocupadas com as crianças. O
fato de haver independência financeira permite a ela pensar em abandonar o agressor".
A assistente social ressalta, entretanto, que a violência atinge todas as classes sociais.
Fátima afirma que ainda há fatores que impedem o aumento das denúncias. Entre eles
está a conivência da família com o agressor. "Chega um parente que fala "ele é um bom
pai" ou "ele é trabalhador", o que impede a mulher de tomar uma atitude."
A promotora pública Maria Gabriela Mansour, especialista em violência contra a mulher,
concorda com o "fator emprego" como um dos motivos para haver mais denúncias. "Mas
casos como o da Mércia Nakashima e da Eliza (Samudio), que fazem as mulheres terem
consciência que elas podem até serem mortas pelos namorados, também estimulam",
diz. Segundo a polícia, Mércia foi morta pelo ex-namorado, o advogado e ex-PM Mizael
Bispo de Souza. Já o goleiro Bruno Fernandes é apontado pela polícia mineira como
responsável pelo assassinato de Eliza. Os dois tinham sido amantes.
A promotora afirma que há também o fato de os casos denunciados serem investigados.
"Já consegui mandado de prisão para ex-namorado que ameaçava a companheira. A rede
de proteção tem crescido", diz.
A psicóloga Ana Paula Mallet Lima, da Casa da Saúde da Mulher da Universidade
Federal de São Paulo (Unifesp), atribuiu o maior número de denúncias de ameaça à nova
geração de mulheres. "Hoje, a opinião das pacientes é sempre contrária à das mães e
avós delas. As mães vão falar: "aguenta, não contraria o seu marido. Aceite porque eu
aceitei"", diz. Fora de casa, entretanto, a reação é diferente. "Ela vai ouvir outro padrão:
"Você tem de tomar uma atitude"."


(fonte:www.agenciapatriciagalvao.org.br)
(matéria: Estadão.com.br)
Entre mulheres agredidas,
25,9% são vítimas de
companheiros
Em 2009, 2,5 milhões de pessoas sofreram agressões físicas, diz IBGE.
Em 39% dos casos, agressores eram pessoas desconhecidas.



Entre as mais de 1 milhão de mulheres que
relataram ter sido agredidas, em 2009, 25,9%
foram vítimas de companheiros ou excompanheiros, segundo o Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE). A
informação foi divulgada, e faz parte do suplemento
“Características da Vitimização e do Acesso
à Justiça no Brasil – 2009”, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad).
Segundo as estimativas da Pnad, em 2009, 2,5 milhões de pessoas de 10 anos ou mais de
idade foram vítimas de agressão física, o que corresponde a 1,6% da população nessa
faixa etária no país. E em 21 anos, esse índice cresceu. O estudo do IBGE aponta que, em
1988, 1% da população de 10 anos ou mais de idade declarou ter sido vítima de agressão
física.
Quanto à autoria das agressões, ainda de acordo com o levantamento, em 39% dos casos
os agressores eram pessoas desconhecidas; em 36,2%, pessoas conhecidas; em 12,2%,
cônjuges ou ex-cônjuges; em 8,1%, parentes; e, em 4,5% dos casos, eram policiais ou
seguranças privados

Homens e mulheres foram principalmente agredidos por pessoas desconhecidas (46,4% e
29,1%, respectivamente) e por pessoas conhecidas (39,3% e 32,3%, respectivamente).
Dentre as mulheres vitimadas, 25,9% foram agredidas pelo cônjuge ou ex-cônjuge. Entre os
homens, esse índice é de 2%.
Entre todas as vítimas de agressão, 1,4 milhão relataram não ter procurado a polícia.
Dentre os motivos apontados para isso predominaram as alegações de que a vítima não
considerava importante (18,2%), tinha medo de represália ou não queria envolver a polícia
(33,1%).
Das vítimas de agressão física que procuraram a polícia (1,1 milhão de pessoas), 86,9%
realizaram registro, na delegacia, da última agressão física sofrida. As vítimas que
procuraram a polícia, mas não efetuaram o registro (147 mil pessoas), apontaram como
motivos para não fazê-lo, principalmente, o fato de a polícia não querer fazer o registro
(22,4%); não queriam envolver a polícia ou medo de represália (19,2%); a falta de provas
(10,3%); e não acreditavam na polícia (10,2%).
Perfil das vítimas
Nas regiões Norte e Nordeste foram observadas as maiores frequências de pessoas
agredidas, com 1,9% e 1,8%, respectivamente. A menor frequência, de 1,4%, foi registrada
nas regiões Sudeste e Sul. No Centro-Oeste, a frequência foi de 1,6%.
Entre os homens, o percentual de vitimização por agressão física (1,8%) foi superior ao
observado entre mulheres (1,3%). Os homens representam 57,2% do total de agredidos em
2009. As mulheres correspondem a 45,8% dos agredidos.
Pessoas pretas ou pardas também são agredidas com mais frequência, correspondendo a
58,5% dos agredidos, contra 40,8%, entre os brancos.
Ainda segundo o levantamento, 2,2% das pessoas agredidas estavam na classe econômica
de menos de um quarto do salário mínimo. As classes acima de um salário mínimo
registraram valores em torno de 1%.

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(fonte:www.agenciapatriciagalvao.org.br)
(matéria portal G1)