sexta-feira, 2 de outubro de 2015


Mulheres vítimas de violência no AM terão "botão do pânico" no celular.
Alerta é emitido através de aplicativo criado para dispositivos móveis. Mulheres vítimas de lesão corporal e ameça terão acesso ao "Alerta Rosa".




"Alerta Rosa" é uma das funções do aplicativo Portal da Mulher Amazonense (Foto Adneison Severiano G1).


Uma nova ferramenta poderá ajudar mulheres vítimas de agressão e em situação de risco no Amazonas. Trata-se do "Alerta Rosa", que é um tipo de "Botão do Pânico" digital. O aplicativo, que tem o sistema de socorro para dispositivos móveis, foi desenvolvido entre uma parceria público-privado e já está disponível para sistema operacional Android. O lançamento da ferramente ocorreu nesta terça-feira (29), em Manaus.

"Alerta Rosa" é uma das funções do aplicativo do Portal da Mulher amazonense, desenvolvido pela FabriQ Projetos e a Samsung, em parceria, com o Governo Amazonas.

De acordo com o governo, a iniciativa permitiu abrir para as mulheres vítimas de violência no estado, um novo canal de acesso à rede de proteção estadual, que reúne Polícias Civil e Militar, além de órgãos sociais.

O diretor executivo da FabriQ, Fredson Encarnação, explicou que as mulheres poderão fazer o download do aplicativo, gratuitamente, mas somente os usuários previamente cadastrados na Delegacia Especializada de Crimes contra a Mulher (DECCM) poderão acionar a função de "botão do pânico".

"Ele (aplicativo) foi desenvolvido para proteger as mulheres. Existe a função do Alerta Rosa para acessar a rede de proteção e conseguir ser atendida de maneira mais ágil. Para utilizar essa função, a mulher terá que procurar a delegacia, onde serão coletadas informações sobre ela e sobre o agressor. Só então, o Alerta Rosa ficará para acionamento e a mulher estará identificada. O sistema tem georreferenciamento através de GPS e a rede de proteção conseguirá encontrá-la" explicou Encarnação.

Denúncias de violência contra a Mulher podem ser feitas anonimamente. (foto de Adneison Severiano G1).

Após o alerta de risco ser enviado pelo aplicativo ao Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops), uma atendente da rede irá entrar em contato com a usuária para verificar a situação de risco. Mesmo se a ligação não for atendida, a vítima estará identificada e o sistema de localização, por georreferenciamente, indicará o local. Com os dados, a Polícia Militar poderá socorrer a vítima. Além disso, uma viatura do Programa Ronda no Bairro ou do Ronda maria da Penha será enviada ao local.

Na opção do "Violentômetro", a mulher indica qual tipo de violência ela está sofrendo e o sistema indica qual é a melhor medida que se deve sr tomada.O Aplicativo também informa os locais e telefones que as vítimas podem buscar ajuda. 

O App ainda tem outra funções. Uma delas é o canal de denúncia, onde há opção para denúncia anonimamente agressões contra terceiros ( vizinhas, amigas e conhecidas).

"vai ser fundamental para que possamos dar mai agilidade aos procedimentos de proteção das mulheres vítima da violência de qualquer natureza será imediatamente socorrida", destacou o governador do Amazonas, José Melo (PROS).

A titular da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc), Graça Prola, explicou que o "Alerta Rosa" deve beneficiar mulheres com histórico de ameaça e lesão corporal.

"Apenas mulheres que têm histórico de agressão, especificamente pleos crimes de ameaça e lesão corporal, podem acessar o alerta de pânico. No entanto, nenhuma mulher vai ficar sem assistência necessária", afirmou.

"Botão do pânico"

O Tradicional "Botão do Pânico" - dispositivo eletrônico que permite que vítimas em situação de risco iminente acionem a polícia - é uma medida também já usada na capital amazonense. Cerca de 100 mulheres vítimas de agressões em Manaus utilizam o "Botão do Pânico". Esse já está em uso para não haver a réplica da violência e evitar as mortes letais por homicídio", ressaltou a secretária.

Índices de violência

Somente em Manaus, no período de janeiro a agosto deste ano, 1.737 mulheres foram vítimas de violência por agressão física. Ao todo, 2.817 ocorrência de violência doméstica e familiar foram registradas, de acordo coma Sejusc.

Sistema do App com georreferencia consegue localizar mulher que acionou "Alerta Rosa"(foto: Adneison Severiano G1)


(fonte: http://g1.globo.com/)

quinta-feira, 1 de outubro de 2015


Pesquisa do DataSenado mostra aumento da violência contra mulheres mais jovens.
Por Pedro Peduzzi  Edição: Nádia Franco Fonte: Agência Brasil



Uma cartilha com perguntas e respostas sobre a Lei Maria da Penha e uma pesquisa desenvolvida no Senado pela Comissão Mista de Combate à Violência contra a Mulher - ambas divulgadas hoje (8) durante audiência pública - pretendem ajudar a entender e combater esse tipo de prática, além de servir de base para que leis mais eficazes sejam produzidas no país. Um dado da pesquisa Violência Familiar e doméstica contra a Mulher chamou a atenção das senadoras: 100% das mulheres já conhecem a Lei Maria da Penha.

"Essa pesquisa (encomendada ao instituto de pesquisa  DataSenado) é uma base para direcionarmos nosso trabalhos", disse a presidenta da comissão, senadora Simone Tebet (PMDB - MS)."Vimos que há um amento no setor mais jovem das mulheres de nossa sociedade. Isso é bom, por um lado: dos 20 aos 29 anos, as mulheres têm uma independência econômica. Portanto, (esse dado) significa que elas estão denunciando mais e saindo de uma forma mais rápida desse ciclo de violência". Afirmou Simone.

De acordo com a pesquisa, 18% das mulheres já foram vítimas de algum tipo de violência doméstica. Se, em 2009, ano em que foi feita a primeira pesquisa, 46% das mulheres agredidas disseram ter sofrido a primeira agressão com idade entre 20 e 29 anos, em 2013, o índice caiu para 34%, mantendo-se estável na pesquisa seguinte, feita em 2015. Por outro lado, na faixa até 19 anos, o percentual subiu de 24%, em 2009, para 32%, permanecendo estável desde 2013.

Para a senadora, os dados precisam ser mais destrinchados para ser mais bem entendidos. "Por que as mais novas estão sofrendo mais violência? Porque têm mais dificuldades e não conseguem romper o ciclo? Por não terem independência econômica? Ou porque a rua está mais violenta e, com isso, a violência contra os jovens em geral aumentou? Esses são dados que precisamos analisar com a maior rapidez possível", afirmou Simone.

Segundo a pesquisa do DataSenado, as agressões têm sido cada vez menos praticadas por companheiros, maridos ou namorados. Em 2009, 81% das agressões a mulheres eram cometidas por seus parceiros. O número caiu para 78% em 2013 e agora está está em 73%. " A violência que mais cresce é a das ruas - nos metrôs, ônibus, universidades, ruas, bares, boates", disse a senadora, ao destacar a necessidade de a comissão ter "olhar muito atento à violência física, moral, social, e psicológica" praticada fora de casa.

"A pesquisa confirmou também algo que já sabíamos: só se rompe o ciclo de violência com educação. A maioria das mulheres violentas - e vítimas de violência doméstica, principalmente - tem baixa escolaridade. As que têm apenas ensino fundamental são mais de um terço das vítimas, as que não conseguem romper esse ciclo", acrescentou a senadora. De acordo com a pesquisa, 12% das mulheres com ensino superior já sofreram alguma agressão. O índice sobe para 18% entre as mulheres com ensino médio, e para 27% entre as que estudaram até o ensino fundamental. A pesquisa foi feita entre os dias 24 de Junho e 7 de Julho e ouviu 1.102 mulheres.

A cartilha lançada nesta terça-feira não é a primeira, nem será a última, diz a senadora Vanessa Grazziotin.

Procuradora Especial da Mulher do Senado, a senadora Vanessa Grazziotini (PC do B - AM) destacou a relevância dos veículos de comunicação para que todas as mulheres que participaram da pesquisa dizerem já conhecer a Lei Maria da Penha.

Segundo ela, o assunto sempre motivou as senadoras a usar sua cota na gráfica do Senado para abordar o assunto. "Essa cartilha que lançamos hoje não é a primeira, nem será a última", disse a senadora.

A pesquisa Violência Familiar e Doméstica contra a Mulher serão disponibilizada em breve no site do Senado.



fonte: (http://www.ebc.com.br/)
Deputadas querem combater violência contra mulher nas redes sociais.

Em audiência pública realizada pela Comissão Permanente Mista de Combate à Violência contra a Mulher, na tarde desta terça- feira (29), foi discutido o projeto de leis que cria mecanismos para combate a condutas ofensivas contra a mulher na internet ou em outros meios de comunicação, alterando a Lei Maria da Penha. As mulheres são vítimas de oito em cada dez casos de divulgação de conteúdo íntimo sem consentimento.

Para a deputada Alice Portugal, o projeto contribuirá para a atualização da Lei Maria da Penha, com mecanismo para coibir crimes contra a mulher no meio virtual.

A preocupação atual da bancada feminina na Câmara e no Senado é o número crescente de mulheres e meninas vítimas de violência nas redes sociais.
Segundo a promotora da Vara de Violência contra a Mulher do Estado da Bahia, pesquisas apontam que 80% das vítimas são mulheres e que, infelizmente, é difícil controlar o mundo virtual, "ele faz parte das nossas vidas, mesmo que não tenhamos em perfil nas redes sociais, estamos diretamente envolvidas", destacou.

A coordenadora do Programa de Pesquisa e Extensão da Clínica de Direitos Humanos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Camila Silva Nicácio, lembrou que é importante considerar o aumento da pena em casos de vítimas com deficiência e vítimas que possuem uma relação íntima com o agressor.

"Sugiro ainda que a lei obedeça ao principio da proporção e que seja incluindo as fotos montagens. O crime de pornografia não consensual não ataca só a nossa honra, ataca a nossa liberdade sexual e a nossa dignidade", finalizou.

Para a deputada Alice Portugal (PC do B - BA), o projeto contribuirá para a atualização da Lei Maria da Penha, pois criará mecanismo para coibir crimes contra a mulher no meio virtual."Tenho a honra de ter participado do processo de criação da Lei Maria da Penha, mas no momento da redação, não tínhamos ainda essa visão de crimes virtuais. Por isso, nós vamos ter que atualizar a lei sobre essa nova lógica", disse.

Após a audiência, as parlamentares aprovaram, por unanimidade, requerimento da deputada que solicita a realização de audiência pública da comissão na Assembleia Legislativa da Bahia para discutir situações de violência contra a mulher no Estado.

Em defesa da SPM

Na audiência, a deputada Alice Portugal, que é membro da comissão, declarou que é contra a extinção da Secretaria de Politicas para as Mulheres (SPM). Para ela, o orçamento da Secretaria é irrisório e não irá impactar o Brasil na crise. Criada em 2003, a Secretaria corre o risco de ser extinta para desonerar os cofres públicos.

A Secretaria de Politicas para as Mulheres é um órgão ligado a Presidência da República, que tem como principal objetivo promover a igualdade entre homens e mulheres e combater todas as formas de preconceito e discriminação herdadas de uma sociedade patriarcal e excludente.

A SPM vem lutando para a construção de um Brasil mais justo, igualitário e democrático, por meio da valorização da mulher e de sua inclusão no processo de desenvolvimento social, econômico, político e cultural do País.

De Brasília,
Márcia Xavier, com agências.

fonte:( http://www.vermelho.org.br/)

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Instituto lança plataforma com dados sobre violência contra a mulher.


Agência Brasil

O Instituto Patrícia Galvão, organização social sem fins lucrativos voltada à comunicação e direitos das mulheres, lançou nesta segunda-feira uma plataforma na internet direcionada a jornalistas e comunicadores independentes com dados sobre violência contra a mulher.

A ferramenta funciona como um dossiê e entra no ar em agosto, trazendo as últimas pesquisas publicadas sobre assuntos como violência doméstica, sexual, feminicídio e violência de gênero na internet (como a pornografia de vingança). O objetivo é agregar mais conteúdo futuramente e inserir outras formas de violência. A plataforma traz também um banco de fontes, inicialmente com os contatos de 100 especialistas no assunto.

Um dos papéis do site é facilitar o acesso da imprensa ao material do instituto para diminuir os preconceitos quando o tema surge na cobertura dos veículos de comunicação, além de apoiar os comunicadores independentes e ativistas. "Na última década, a gente teve a grande expansão do feminismo na internet", disse Maíra Kubik, professora em Estudos de Gênero e Diversidade, do departamento de Ciência Política, da Universidade Federal da Bahia (UFBA)

"A gente pode situar a violência como a ruptura de qualquer forma de integridade, seja psíquica e sexual. Da forma como a sociedade está constituída, coloca determinados grupos em posições de superioridade e inferioridade. No caso das relações de gênero, a gente pode simplificar com o nome de machismo. As mulheres seriam inferiores na sociedade", explica.

Membro da organização não governamental Cidadania, Estudo, Pesquisa, Informação e Ação (Cepia) Jacqueline Pitanguy defende que a mídia precisa deixar de julgar com tanta perversidade as mulheres que demoram a sair de uma relação em que sofrem violência doméstica.

"A violência doméstica é repetição e tem uma direção, normalmente os homens batem e as mulheres apanham. Os homens ofendem, as mulheres se sentem humilhadas. É uma destruição também muito frequente do espaço doméstico, que representa o ambiente de segurança. Mas ocorre entre tapas e beijos. Não dá para tratar a violência doméstica, sem tratar da ambiguidade dos sentimentos humanos. se não entendermos isso, fica muito fácil julgar a mulher", declarou Jacqueline.

O professor de filosofia do Coletivo Feminista de Sexualidade e Saúde Sérgio Barbosa, que trabalha com homens autores de violência, disse que o perfil dos parceiros que cometem a agressão é recorrente. " Todos que chegam ao coletivo carregam o mesmo perfil, desconheciam que bater em mulher era crime. Chegam resistentes, mas no processo encontram outros homens e a desconstrução da violência também passa por um processo coletivo", explica. Para o especialista, a imprensa precisa informar que existe também a superação para esses homens.

A secretária de Política para as Mulheres da Presidência da República, Aline Yanamoto, comentou sobre o feminicídio, a morte violenta de mulheres por razão de gênero. O percentual de mulheres assassinadas entre as mortes violentas é de 10% no Brasil. "Mas tem uma peculiaridade muito sensível, as mulheres estão mais vulneráveis por serem mulheres. Cerca de 16 países tipificaram o feminicídio, esse cenário vem muito amparado pelo dado gravíssimo de que países da América Latina estão entre os que mais ocorrem o feminicídio", disse ela.

O juiz titular da 1° vara do Júri de Campinas, José Henrique Torres, citou uma decisão em que autorizou o aborto de um feto anencefaliano. Para ele, a questão é um problema terrível no país, pois o sistema de saúde não consegue enfrentar a necessidade do aborto legal. "Há uma necessidade imensa de que os juízes entendam a dimensão da violência contra a mulher. Isso vem de uma ideologia patriarcal que todos conhecem muito bem", declarou

(fonte:http://www.diariodepernambuco.com.br/)

quarta-feira, 15 de julho de 2015


Na web, jovem do AC cria projeto para combater violência contra mulher.
Projeto "Amor sem medo" foi lançado nas redes sociais. 
"Devemos plantar essa semente desde já", diz apoiadora.

Iryá Rodrigues
Do G1 AC

Em uma semana, ao menos 15 pessoas postaram uma foto com a placa do projeto em sua rede social.(foto: reprodução/facebook)


Conscientizar a população para a importância de denunciar os casos de violência contra a mulher, esse é o mote do projeto " Amar sem Medo." Criado pela estudante de direito Bianca Muniz, de 22 anos, no dia 3 de julho, o projeto quer ainda lembrar que a violência não parte somente de quem agride, mas também quem omite. A iniciativa tem ganhado apoiadores nas redes sociais.
Bianca enfatiza que todos os dias mulheres sofrem algum tipo de violência. Ela afirma que o número de denúncias de violência doméstica é elevado, mas não abrange o número real de mulheres agredidas, já que, segundo ela, muitas têm medo, vergonha ou se sentem dependentes de seus agressores. "É uma campanha de apelo à redução dos altos índices de violência contra a mulher", explica.

As pessoas que participam do projeto tiram fotos segurando uma placa da campanha e publicam na sua rede social. "Com isso, eles levantam uma bandeira junto comigo. A pessoa publica a foto no seu Facebook, e ajuda a alcançar muitas outras. Não adianta eu tirar duzentas fotos e só postar na minha rede social ou do projeto, já que assim só vou atingir um número reduzido de pessoas", conta a idealizadora do projeto.

Segundo Bianca, a ação tem duas fases. A primeira, com as fotos compartilhadas nas redes sociais, que já foi iniciada, e a segunda consiste na prática de palestra e orientações em escolas e demais centros de integração. A jovem explica ainda que no segundo momento do projeto, as ações vão ser realizadas por voluntários capacitados para tratar sobre o tema.

Em apenas uma semana de projeto, 15 pessoas tiraram fotos com a placa do projeto e postaram nas suas redes sociais. a expectativa, segundo a idealizadora é que esse número aumente nos próximos dias.

A advogada Isabelly Catão, de 33 anos, diz que resolveu participar da campanha por acreditar que iniciativas como esta devem ser constantes, pois a mudança social é lenta. "Nós, mulheres, devemos ser a mudança que queremos para o mundo, não nos calando diante das violências que todas nós em algum momento já passamos. Devemos plantar essa semente desde já para que a mudança seja sentida na evolução social futura"diz.

Para a advogada Renata Lameira, de 32 anos, muitas mulheres ainda hoje têm medo de denunciar agressões, por medo do parceiro, e do julgamento da família e da sociedade."Esse tema me desperta interesse, já há algum tempo, sou advogada e meu trabalho de conclusão de curso na faculdade foi sobre violência contra a mulher", comenta.

Por perceber que é alto o número de mulheres que passam diariamente por discriminação de gênero e outros tipos de violência, a funcionária pública Duanne Modesto, de 23 anos, diz que campanhas como essa vêm para fortalecer essa luta. Segundo ela, quanto mais a pessoa se envolve, maior a revolta e vontade de fazer alguma coisa para tentar reverter o quadro e despertar mais pessoas com o mesmo ideal.

"Eu decidi participar, por sentir também enquanto mulher que em determinadas situações, pessoas com mentalidade machista, tentam me colocar em posição desvalorizada ou me classificar em categoria menos digna das formas mais sutis. Não é todo dia que você se depara com as estatísticas e vê que o problema tem uma proporção absurda", afirma Duanne.


(fonte:http://g1.globo.com/)

sexta-feira, 10 de julho de 2015


"Violência contra Mulher leva tempo para ser enfrentada"
por: Deutsche Welle


Joana Chagas, da ONU Mulheres, fala sobre o fato de o Brasil ter 50 mil estupros registrados por ano e ser o sétimo no ranking de assassinato de mulheres.



A violência pode estar aumentando porque cada vez mais mulheres participam da vida pública, da vida produtiva.


Há exatos 40 anos, no dia 19 de junho de 1975, começava a primeira Conferência Mundial das Nações Unidas sobre as Mulheres com três objetivos prioritários: igualdade, desenvolvimento e paz. Foi nessa conferência que se instituiu o 8 de março como o Dia Internacional da Mulher.

Quatro décadas de luta contra a desigualdade de gênero e a discriminação das mulheres resultam em importantes conquistas, principalmente no acesso à educação e ao mercado de trabalho. Mas em relação à violência, o caminho ainda parece ser longo.

"Não Tenho expectativa de que daqui a cinco anos não haverá mais violência contra as mulheres. Sequer durante toda a minha vida.", diz Joana Chagas, da ONU Mulheres, em entrevista à DW Brasil.

Recentemente, dois crimes chocaram o País. Na pequena Castelo do Piauí, no interior do estado nordestino, quatro adolescente foram brutalmente violentadas por jovens de idade semelhante - uma das vítimas não resistiu aos ferimentos e morreu no dia 7 de junho. Em Araçatuba, interior de São Paulo, uma jovem de 20 anos foi estuprada, morta e jogada em um rio.

Crimes como esses entram na estatística do feminicídio (ou femicídio), termo que designa o assassinato de uma mulher por razões estritamente de gênero. A capital federal, Brasília, registrou no dia 2 de junho seu primeiro caso desde que a lei do feminicídio foi sancionada, em março. Um ex-policial militar teria matado a companheira a socos.

Joana Chagas acompanha o protocolo sobre feminicídio e ações na área de eliminação da violência contra mulheres e meninas no Brasil e conversou com a DW a respeito do tema. Educação, punição e proteção seriam, para ela, a tríade a ser colocada em prática para evitar que mais mulheres sejam agredidas.

DW Brasil: Dezesseis países da América Latina e do Caribe adotaram medidas para combater e punir o feminicídio. Estamos enfim aptos a reduzir o número de mulheres assassinadas?

Joana Chagas: A violência contra a mulher é um processo que demanda tempo para enfrentar. não tenho expectativa de que daqui a cinco anos não haverá mais violência contra as mulheres. Sequer durante toda a minha vida. Em oitos anos, a Lei Maria da Penha diminuiu em 10% os homicídios de mulheres. isso demostra que leis efetivamente aplicadas podem reduzir crimes e mandar uma mensagem à sociedade: a de que esses crimes não são tolerados. Mas somente leis não respondem a todo o problema.

DW: O que mais precisa ser feito?

Joana Chagas: Na verdade, ( o combate à violência contra a mulher) começa na escola, na família, na comunidade, no ambiente de trabalho, nas ruas. na escola, por meio de uma educação que promova papéis de gênero que valorizem a mulher e desvalorizem uma masculinidade violenta. Que valorizem a igualdade de gênero, a liberdade e uma vida livre de violência. acredito que a violência pode estar aumentando porque cada vez mais mulheres participam da vida pública, da vida produtiva...

DW: Por que isso seria uma causa?

Joana Chagas: Isso poderia vir como uma resposta conservadora para que as mulheres voltem aos seus "lugares tradicionais". Se trabalharmos desde a infância desconstruindo esses papéis, da mulher como mãe, restrita ao ambiente privado, e do pai como provedor, no ambiente público, poderemos construir imagens de homens e mulheres em pé de igualdade, prevenindo uma violência futura.

DW: O ambiente de trabalho, em certas situações, também pode ser complicado.

Joana chagas: Há a questão do assédio, que precisa ser combatido com mais participação, possivelmente com mais mulheres em cargos de decisão, nos quais as mulheres ainda estão menos representadas. Nas ruas, a questão é a não tolerância com o assédio, por meio de campanhas. O transporte público é um bom exemplo disso.

DW: A adoção de vagões de metrô exclusivos para mulheres, por exemplo, ajuda a inibir ou estimula a cultura do assédio?

Joana Chagas: Esse é um exemplo que causa opiniões contraditórias. Por um lado, devido à situação atual de violência e assédio, as mulheres que têm a possibilidade de usar um vagão somente para elas  sentem-se muito mais tranquilas. Se perguntarmos, não tenho dúvidas de que elas dirão que a ação é positiva. por outro lado, a mensagem é complicada porque não estamos indo à raiz do problema. São as mulheres que têm de usar outro vagão. Não os homens, que são os agressores.

DW: Soa praticamente como um retrocesso.

Joana Chagas: O ideal é ter pacotes complementares, ou seja, a possibilidade de oferecer proteção, mas também tratar os agressores, o problema, para que possamos, daqui a dois, cinco, 10 anos, eliminar esse vagão ( exclusivo às mulheres). Pode até ser necessário, mas não deve ser a única política. Sozinha, essa politica não vai resolver o problema.

DW: Entre 84 países, o Brasil é o sétimo no ranking de assassinatos de mulheres. Além disso, segundo o Ministério da Saúde, são de 40 a 50 mil atendimentos anuais devido à violência doméstica. Há distinção de classe, cor, religião nessa conta ou a violência está em todos os lugares, em todas as classes?

Joana Chagas: No caso do Brasil, é muito difícil falar sobre a violência sem fazer um recorte de raça e de classe social. A violência está mais concentrada nas classes mais pobres, na qual a maioria é negra e marginalizada. No entanto, a violência acontece em todos os lugares. Não há como ignorar o fato de que em todas as classes, religiões, em todas as famílias há violência. É muito difícil, para as mulheres, assumirem que já sofreram violência. E a maior parte das mulheres assassinadas, no país, está na faixa dos 20 aos 39 anos. É a faixa das relações, em que o controle e a possessividade são mais complicados.

DW: falando em feminicídio, por que existe um termo específico para definir o assassinato de mulheres? 

Joana Chagas: A importância do termo específico é porque essa é uma violência diferente. Homens e mulheres morrem de maneiras diferentes. O feminicídio é o homicídio de mulheres causados por razões de gênero. A maioria tem requintes de crueldade, com mutilação dos corpos, principalmente em áreas características das mulheres, como seios, genitais, rosto, olhos, sem contar a tortura. Obviamente, há homicídios semelhantes de homens. Mas, no caso do feminícidio, está presente na maioria dos casos. São crimes que podem ser evitados porque sabemos quem é o agressor, a partir de um clico de violência anterior.

DW: Quem é agressor?

Joana chagas: Na maioria dos casos são companheiros ou ex-companheiros. Por volta de 60% dos agressores são pessoas que tiveram relações íntimas com mulheres. Também há, em segundo lugar, a família: pais, irmãos, pessoas ligadas por laços familiares. E também, em menor número, pessoas desconhecidas. Apesar do feminicídio ser, sim, um resultado extremo de um ciclo de violência doméstica, ele não ocorre somente via parceiros ou ex-parceiros e apenas no ambiente doméstico.

DW: Há 50 mil estupros por ano no país. O número oficial já é assustador. Há estimativas sobre quantos casos não são registrados?

Joana Chagas: Sim. Existem alguns cálculos e estimativas mundiais que indicam que somente um terço dos estupros são registrados. E aí esse número poderia ser triplicado, o que é ainda mais chocante.

DW: O que decepciona mais: que os números sejam tão altos ou que as mulheres tenham tanto medo de denunciar, o acaba diminuindo a estatística, a investigação e a punição?

Joana Chagas: Difícil escolher. Os dois são horríveis, obviamente. É preocupante que exista tanto estigma e que as mulheres são busquem os postos de saúde e delegacias para registrar os casos. Em relação ao estupro, há preocupações quanto à saúde, para evitar a gravidez indesejada ou contaminação por doenças sexualmente transmissíveis, e também quanto á punição. Queremos que os agressores sejam punidos pelos crimes cometidos. Para isso, as mulheres agredidas não podem se sentir envergonhadas.

Autoria Guilherme Becker.

(fonte:http://www.cartacapital.com.br/)

sexta-feira, 3 de julho de 2015



Casos de violência contra a mulher chamam a atenção em Uberaba.
Mais de 250 inquéritos foram instaurados este ano, informou a Polícia Civil. Retirada da queixa se tornou mais difícil nos últimos anos.

Os números de casos de violência contra mulheres chamam a atenção.Em Uberaba, de Janeiro até Junho deste ano, segundo dados da Delegacia de Polícia Civil de Orientação e Proteção a Família, 258 inquéritos foram instaurados para apuração de delitos práticos no contexto da violência doméstica e familiar contra a mulher.

Isso representa mais de 1 caso por dia. Do total, 216 resultaram no pedido de medidas protetivas.
Se por um lado esse levantamento assusta, por outro representa um avanço. É que ele indica que cada vez mais as mulheres, vítimas de violência, têm coragem de denunciar e de não desistir da queixa. mesmo porque, desde a criação da Lei Maria da Penha, em 2006 retirar a denúncia ficou mais difícil.
A delegacia responsável por apurar casos de violência contra a mulher funciona na Rua Amaro Ferreira, n° 221. Outros serviços no local também têm como objetivo a proteção e o bem estar feminino.

(fonte: http://g1.globo.com/)

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Violência contra mulher é resultado de machismo, não de natureza masculina.

O estudioso americano Matthew Gutmann defende o estudo de masculinidades para se acabar com a desigualdade de gênero e machismo.

por Tatiana Merlino - da Compromisso e Atitude.


Guttman:"Mas não são todos que violam, batem.Se é algo biológico, porque há tantos homens que não violam???


São Paulo - " O comportamento masculino é determinado pela biologia". "A natureza do homem é violenta, sexual, instintiva e difícil de ser controlada". essas são algumas explicações usadas para justificar posturas machistas e violentas por parte dos homens e que são desconstruídas por Matthew Guttmann antropólogo e especialista em masculinidades da Universidade Brown, de Providence, no estado de Rhode Island, Estados Unidos.

Em recente visita ao Brasil, Guttmann participou do I Seminário Cultural da Violência Contra as Mulheres, ocorrido em maio passado, em São Paulo e organizado pelo Instituto Patrícia Galvão e Instituto Vladimir Hergoz.

"Mas não são todos os homens que violam, que batem. Se é algo biológico, por que há tantos homens que não violam?", questiona o antropólogo. "Aí está brecha para se entender de onde vem o machismo. Eu trabalhei com homens violentos na cidade do México. E nosso desafio não é mudar sua biologia e sim seu pensamento".

Os estudo de gênero devem se debruçar sobre as masculinidades?

É Saudável, eu creio, pois vivemos em um mundo de mulheres e homens. Quando falamos de gênero, é muito comum pensar que estamos falando da mulher, mas se pensamos assim, estamos dizendo que os homens não tem gênero, não estão envolvidos em relações de gênero. Podemos entender melhor a questão de gênero ao estudarmos os homens. Isso não é dizer que para entender sobre as masculinidades, só vamos falar com homens.Também é muito necessário falar sobre os homens com mulheres. 

O que faz o estudo da masculinidade?

Tratamos de entender as ideologias, as práticas os comportamentos, as relações entre homens e também entre homens e mulheres e questão de gênero. Ser pai é uma questão de gênero, ser mãe também. Pode ser que seja a mesma coisa ou que haja divisão de trabalhos. Há diferenças em muitas famílias, mas também estão havendo mudanças nas tarefas de pai e mãe. Hoje, há muitos pais com experiência em trocar fraldas, mas seus avós não tinham tanta experiência nisso. São mudanças que vão correndo, inclusive em questões íntimas de família.

Nos Estados Unidos, a maioria dos que estudam os homens estudam os gays. Na América Latina sempre foi diferente: há estudos excelentes sobre gays, mas também há muitas feministas da Bolívia, Chile, Peru, Brasil e México que desempenharam um papel super importante nos estudos da masculinidade heterossexual. Se realmente queremos entender as relações de desigualdade que têm a ver com gênero, se realmente queremos mudar a situação, há a necessidade de estudar os homens e os incluir nos estudos feministas.

O título da sua apresentação durante o I Seminário Cultural de Violência contra as Mulheres foi "Os Homens são animais". Por que?

É claramente uma provocação. As mulheres também são animais, todos somos animais. O que isso quer dizer? Por exemplo, podemos falar de outros animais, como chimpanzés e patos. Há cientistas e biólogos que dizem que os patos violam as fêmeas. Eu digo que a violação é uma relação social, é a imposição do poder do homem sobre a mulher. Então os patos e os chimpanzés não violam as fêmeas. Podemos falar em sexo forçado, algo assim, mas não é violação no sentido humano.

Superficialmente podemos falar do comportamento de outros animais e do comportamento humano e afirmar que somos todos animais. Mas não é assim entre os humanos porque podemos ver mudanças radicais na questão gay, por exemplo. Há 50 anos, o debate era outro na sociedade brasileira, no México, nos Estados Unidos. Agora é legal casar-se em alguns estados dos estados Unidos. Como resultado da luta social, sobretudo de parte dos homossexuais, agora temos mudanças nas leis, nas atitudes sociais, não totalmente, claro, pois segue existindo a homofobia. Porém, não podemos ver mudanças da mesma maneira em outros animais.

Mas, se somos animais, em que somos? Ou seja, temos que fazer sexo para ter filhos, ok, isso é animal. Mas o sexo entre os humanos não é algo feito por instinto, enquanto que entre os chimpanzés e patos é por instinto.

De que forma o aspecto biológico é utilizado como desculpa para o comportamento machista dos homens?

Alguns homens dizem "assim sou, tenho minhas necessidades, você tem que aguentar, tem que aceitar, pois assim sou". É uma atitude bastante machista. Muita gente nos Estados Unidos acha que o machismo é latino porque a palavra é espanhola, mas o problema é que há machismo na Rússia, França, África do Sul, México, Itália, Japão. Há atitudes sexistas dos homens que tem um posição superior em relação à mulher e há uma relação entre machismo e violência. Podemos falar de violência doméstica, também de violência social.E, hoje em dia, a sociedade mais violenta do mundo é a dos Estados Unidos, não há outro país que faça invasões, e ocupações em outros países do mundo.Eu venho de uma sociedade machista nesse sentido, em nível de governo. Por isso, me incomoda quando eles dizem que o México é muito machista. Embora haja machos no México, claro.

Qual a relação entre a violência contra as mulheres e o argumento de violência por determinação biológica?

Há pensadores científicos que dizem que a violação é natural, é uma necessidade masculina física biológica, que não é por isso que temos que aceitá-la, mas há que reconhecer, que é algo que vem da natureza. Alega-se que os machos, os animais de todas as espécies, são assim. Ao se pensar assim, a violência contra a mulher, por exemplo a violação, teria que se desenvolver algumas maneiras de controlar a situação.

Porém, como esse comportamento não é resultado biológico e sim do machismo, de um pensamento de superioridade, de controlar, de poder etc.., temos que mudar a sociedade, as ideias, o comportamento dos seres humanos. Não podemos sentar com animais e lhes dizer:" Por favor, não como mais carne, ok? Não quero que coma mais ninguém por aqui. Por favor, leão, deixe de ser leão". Isso não funciona, pois sua biologia é assim. Mas se os homens são assim, não podemos falar com eles, teríamos de prender todos. Mas todos os leões buscam carne para comer, sem exceção. Se não procuram, morrem.

Mas não são todos os homens que violam, que batem. Se é algo biológico, por que há tantos homens que não violam? Aí está a brecha para se estender de onde vem o machismo. Eu trabalhei com homens violentos na cidade do México. E nosso desafio não é mudar sua biologia e sim seu pensamento.


(fonte:http://www.redebrasilatual.com.br/)

terça-feira, 2 de junho de 2015

IBGE: violência contra a mulher por conhecidos é maior no Norte.
Redação SRZD*

Quando uma mulher sofre violência no Brasil, é mais comum que o agressor seja um conhecido do que um desconhecido. A constatação foi feita pela Pesquisa Nacional de Saúde, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O estudo mostra que 2,7% das mulheres maiores de 18 anos foram agredidas por desconhecidos nos 12 meses anteriores ao questionário, realizado em 2013. Quando o agressor é alguém conhecido da vítima, o índice sobe para 3,1%.

O oposto ocorre com o sexo masculino. Agressores desconhecidos vitimaram 3,7% dos homens brasileiros maiores de idade, enquanto os conhecidos foram responsáveis por 1,8%.




Em números absolutos, agressores conhecidos atacaram 2,4 milhões de mulheres de 1,2 milhões de homens nos 12 meses da pesquisa. Já os desconhecidos agrediram 2,5 milhões de homens e 2 milhões de mulheres. Os números são projetados para todo a população com base nos resultados do questionário e têm um intervalo de confiança de 95%.

Os números variam de acordo com as regiões e estados. A violência contra mulheres por parte de conhecidos é maior no Norte (3,9%) e no Sul (3,7%). O Rio Grande do Norte é o estado que registra o maior índice de agressões, com 6,2%. O Mato Grosso do Sul tem o menor percentual, 1,7%.

Já a violência contra os homens por parte de desconhecidos chega a 5,9% no Norte. O Pará apresenta o maior índice (6,7%) e o Amazonas, 6,6%. No caso das mulheres, o maior percentual de agressões é registrado no Amapá, com 5,7%.

O total de brasileiros com mais de 18 anos agredidos por desconhecidos, no período de 12 meses, apurado pela pesquisa foi 3,1%. No caso dos conhecidos, o índice ficou em 2,5%.

As regiões Norte, Nordeste e Sul têm as maiores proporções de agressão por conhecidos, 3,2% para a primeira e 3% para as demais. No sudeste, o percentual é de 2%, e no Centro-Oeste 2,6%.

Quando analisadas as agressões promovidas por desconhecidos, o Norte mantém o primeiro lugar, com 5%. O Centro-Oeste aparece em segundo, com 3,4%, e o Nordeste, em terceiro, com 3,2%.

Segundo a pesquisa, 1,9% dos brasileiros foram agredidos por bandidos, ladrão ou assaltantes nos 12 meses anteriores à pesquisa. O índice de homens (2,1%) supera o das mulheres nesse tipo de violência (1,8%). As agressões desse tipo foram mais comuns no Norte, com 3,8%. Em segundo lugar aparece o Nordeste, com 2%.

*com informações da Agência Brasil.

(fonte:http://www.sidneyrezende.com/)

sexta-feira, 29 de maio de 2015



IMPLANTAÇÃO DE PACTO CONTRA VIOLÊNCIA É DEFENDIDA EM AUDIÊNCIA PÚBLICA DA CDH.

A implantação do Pacto pelo Enfrentamento à Violência contra a Mulher, firmado pelo governo federal com os governos estaduais, foi um dos principais temas de audiência pública, promovida nesta terça- feira (12) pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), destinada a fazer um balanço sobre os resultados pela Lei Maria da Penha.

Este pacto tem como eixo estrutural a instalação de casas de abrigo, chamadas de "Casa da Mulher Brasileira" (CMB), e que possibilitarão um atendimento amplo para vítimas de violência.

Como informou na audiência a representantes da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, Aparecida Gonçalves, ainda neste mês estará em funcionamento a primeira CMB em Brasília, e outras já estão em obras nas demais capitais. Mas a servidora do governo federal reconhece que aspectos relacionados à burocracia, como a lentidão nas licitações e no próprio andamento das obras, tem criado obstáculos.

- Você coloca os Poderes Judiciários e Executivos, o Ministério Público, a Defensoria, todos no mesmo espaço físico e obedecendo a protocolos de atendimentos. Além de toda uma estrutura voltada para o abrigo de passagem para a mulher e eventuais crianças - lembrou Aparecida.

Esta estrutura inclui ainda brinquedoteca e a presença de profissionais como psicólogos e assistentes sociais. 
Orçamento federal.

A reunião foi presidida pela senadora Ângela Portela (PT- RR), para quem o pacto só produzirá resultados efetivos se houver recursos do Orçamento da União com esta finalidade.

- Hoje menos de 20% dos municípios têm uma estrutura mínima voltada para o atendimento à  mulher. Em Roraima, para todo o estado, existe apenas uma delegacia especializada - disse a senadora.

A mesma visão foi apresentada pelo senador Donizete Nogueira (PT- TO), que acredita que as casas de abrigo são caras até para municípios de médio porte. O senador ainda lamentou que, desde a promulgação da Lei Maria da Penha, segundo dados oficiais, mais de 1 milhão de mulheres foram assassinadas e cerca de 500.000 estupradas.

Aparecida Gonçalves alertou aos senadores que a lei já teria produzido uma consequência prática, traduzida no aumento das denúncias das vítimas de violência. Um avanço cultural reconhecido também por Donizete Nogueira.
Resultados da lei. 

Quem também participou da audiência foi o pesquisador Daniel Cerqueira, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Ele apresentou aos senadores três pesquisas conduzidas pleo órgão, que no entender da instituição indicam que a lei diminuiu o número de agressões às mulheres.

Os Estudos do Ipea basearam-se em números oficiais do governo e da Organização das Nações Unidas (ONU) relacionados a casos de assassinato. desde a promulgação da lei em 2006, as mortes de mulheres por razões de gênero apresentaram um aumento de 10%, número bem inferior a qualquer outra base de comparação durante este período.

- Os números de assassinatos são indicadores de outros casos de violência grave ou de agressões. Temos muito a avançar ainda, mas podemos dizer que centenas de milhares de mulheres deixaram de ser agredidas desde a vigência da Maria da Penha - defende o pesquisador.

Cerqueira também acredita que o maior desafio no momento é a efetivação de uma estrutura estatal, integrando estruturas de governo, para que mais estados e municípios contem com delegacias especializadas e casas de abrigo.

-A lei desnaturalizou a violência contra a mulher. Vivemos em uma sociedade onde até recentemente se justificavam agressões com argumentos do tipo "ela provocou porque estava com pouca roupa" ou de "Legítima defesa da honra" - disse o pesquisador, ao defender que a lei combate o machismo no campo civilizacional.

Cerqueira ainda lembra que a lei atua como "elemento dissuasório", ao empoderar a mulher e prever punições como a prisão e o afastamento do agressor do mesmo ambiente da vítima.

- Antes da lei se punia a agressão à mulher com pagamentos de cesta básica, existem inúmeros casos na Justiça com punições como essa- disse.

Fonte: Agência Senado.


terça-feira, 26 de maio de 2015

Lamentável, diz ministra de Políticas para Mulheres sobre estupro de aluna.

Família denunciou estupro de garota de 12 anos em escola. Eleonora Menicucci participa de seminário sobre violência contra mulher.


A ministra de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, afirmou nesta quarta-feira (20) considerar "lamentável" o estupro de uma menina de 12 anos denunciado pela família dela e que teria sido cometido por outros três menores de idade dentro de uma escola da Zona Sul de São Paulo.

"É lamentável. (Vejo) com muita tristeza, muita indignação. Isso não pode acontecer", disse após a abertura do Seminário Internacional Cultura da Violência contra as Mulheres, que acontece no Sesc Pinheiros, em São Paulo.

Segundo a ministra, a violência de gênero e contra as mulheres passará a fazer parte do currículo do ensino médio e fundamental no Brasil.

"Nós temos um pacto com o Conselho Federal de Educação, a Maria da Penha, eu, e com o ministro (da Educação, Renato) Janine de introduzir nos currículos de ensino médio e fundamental a temática não só de gênero, mas a temática de violência contra as mulheres. isso já está aceito e eu tenho esperança que em 2016 isso esteja efetivamente implementado", afirmou.

A polícia e a Secretaria Estadual da Educação estão acompanhando o caso de estupro contra a menina de 12 anos que, segundo a denúncia da família, ocorreu na Escola Estadual Leonor Quadros.

A mãe da menina contou que, no último dia 12, a filha foi levada pelo Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU) da escola para o pronto-socorro. No hospital, ela falou sobre o que tinha acontecido.

"Ela sofreu, sofreu durante 50 minutos", disse a mãe."Ela foi arrastada até o banheiro masculino por um deles, e os outros dois já estavam dentro do banheiro esperando ela. E ela foi ali, né, cruelmente agredida. Ela não os conhecia, ela não tinha amizade com eles."

Seminário

O primeiro Seminário Internacional Cultural da Violência contra as Mulheres começou nesta quarta com o objetivo de discutir processos sociais e de formação dos indivíduos que fazem com que atos violentos de gênero ainda sejam uma realidade no mundo. O evento ocorre até esta quinta-feira com a realização de palestras e participação de 20 especialistas do Brasil, Estados Unidos, Argentina, Inglaterra, Costa Rica e México.

A abertura contou com a presença de várias personalidades da luta pelos direitos das mulheres, entre elas a diretora do Instituto Patrícia Galvão, Jacira Melo; a representante da Fundação Ford no Brasil, Nilcéia Freire; e a representante da ONU Mulheres no Brasil, Nadine Gasman.

Esta última trouxe números sobre a violência contra as mulheres no mundo, entre eles o de que uma em cada três mulheres já sofreu violência física ou sexual.

A ministra Eleonora Menicucci participou da abertura do evento e leu a carta da presidente Dilma Rousseff (PT). Eleonora afirmou que "a sociedade como um todo aceita, e esperamos que não aceite mais essa barbaridade da violência contra as mulheres simplesmente pelo fato de sermos mulheres. É essa banalização da violência que nós temos que enfrentar", disse.

Ela pediu uma salva de palmas para Maria da Penha, nome da mulher e da lei que cria penas duras para homens que praticam violência contra mulheres.

Palestras

A primeira palestra do seminário seria da ministra, Cármem Lúcia, vice-presidente do Supremo Tribunal Federal, que, no entanto, não compareceu ao evento. Outro que havia confirmado presença e não esteve no evento foi o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT) que enviou representantes.

Após a abertura, a programação seguiu com uma palestra de Lori Heisi, professora da London School of Hygiene & Tropical Medicine.

O seminário é organizado pelo instituto Vladimir Herzog e o Instituto Patrícia Galvão, em parceria com a Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, a ONU Mulheres e a Fundação Ford.

(fonte:http://www.tribunahoje.com/)

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Mulheres deixam de ir a espaços públicos por medo de violência.

Os dados motivaram as instituições a lançar, na última sexta-feira, a campanha #meninapodetudo.

A violência contra a mulher é assunto em alta nos últimos anos, mas nem por isso o tema deixou de ser tabu. Uma pesquisa que será divulgada hoje mostra que 90¢ das mulheres entre 14 e 24 anos que vivem nas periferias brasileiras afirmam ter deixado de frequentar espaços públicos e de usar determinadas roupas por medo da violência. O levantamentos foi realizado pela Agência Énois- Inteligência Jovem, em parceria com os institutos Vladmir Hergoz e Patrícia Galvão. Foram ouvidas 2.285 mulheres de 370 cidades do País. Os dados motivaram as instituições a lançar, na última sexta-feira, a campanha #meninapodetudo.

"O que mais chamou a atenção é que, apesar de todas as mudanças nas últimas décadas, a gente ainda ensina no ambiente familiar e na escola que existem coisas que são só de meninos e outras só de meninas. A educação ainda é muito machista", explica Érica Teruel Guerra, coordenadora da pesquisa e educadora da agência.



Baile do funk da Paz, na Rocinha em 2011: O primeiro depois da pacificação Foto: Gabriel de Paiva /Agência O Globo


A palavra "rua" foi a mais citada nas respostas, sobre como a violência aparece no dia-a-dia das mulheres. O espaço público é visto, pela maior parte das entrevistas, como um local em que não há segurança ou respeito: 94% delas já forma assediadas verbalmente e 77% , fisicamente, como a "encoxada" no transporte público ou o beijo forçado e a passada de mão nas casas noturnas.

"As meninas crescem ouvindo que a rua não é lugar delas, que não podem sair em determinados horários, que não podem usar tais roupas. Então, certamente, a menina não vai se sentir à vontade na tal qual o menino, que é incentivado desde criança a brinca na rua", afirma Érica.

O levantamento mostra ainda que quase 80% das entrevistadas acreditam que o machismo afetou seu desenvolvimento. A campanha #meninapodetudo divulgará vídeos educativos produzidos com base nos dados da pesquisa.

O primeiro Seminário Internacional Cultura da Violência contra as Mulheres começou ontem em São Paulo a com o objetivo de discutir os processos sociais e a formação dos indivíduos que originam a violência de gênero. Cerca de 20 especialistas de todo o mundo participam do eventos.

Na abertura, a representante da ONU Mulheres no Brasil, Nadine Gasman, lembrou que uma em cada três mulheres já sofreu violência física ou sexual no mundo.

"A violência contra mulheres e meninas tem solução. Para isso, precisamos mudar nossos valores e fazer valer os direitos humanos de todos e todas e discutir, como nesse seminário, as causas disso. E não só no Brasil, é um problema de todo mundo. A educação de meninos e meninas é fundamental para essa mudança, para que o papel do homem e da mulher não seja construído de maneira desigual, dando predominância para os homens", afirmou Nadine.

A ministra Eleonora Menicucci, da Secretaria de Política para as mulheres, também participou do evento. Para ela, o cenário atual de violências contra mulheres é resultado de uma cultura patriarcal e machista em todo mundo.

"Esse cenário não é novidade. Essa cultura machista estrutura a sociedade de tal maneira que tornou banal a violência, a sociedade banaliza a violência. Então, a sociedade convive com isso passivamente. O que mudou é que movimento feminista foi para as ruas denunciando aquilo que a sociedade dizia que era da ordem do privado, que a briga de marido e mulher não se mete a colher", ressaltou a ministra.

Eleonora também afirmou que não é possível medir se houve um aumento da violência contra a mulher nos últimos anos no país. Para ela, o que houve foi o aumento da divulgação de dados sobre o tema.

"Depois da formulação da Lei Maria da Penha, a penalidade passou a ser maior e os números começaram a ser relevados. Hoje, temos leis fortes no Brasil e falamos mais sobre o tema. E é sobre essa visibilidade e essa banalidade que temos que atuar e não aceitar mais que o Brasil seja o sétimo país no ranking de país com mulheres vítimas de violência no mundo", disse a ministra referindo-se ao último Mapa da Violência, de 2012.

Ainda nesta quarta, a professora da London School of Hygiene and Tropical Medicine Lori Heise, especialista em violência doméstica, que faz uma pesquisa sobre o tema em dez países, entre eles o Brasil, falou no seminário sobre as motivações para a violência de gênero.

"Existem questões culturais diferentes (nas regiões pesquisadas por ela), mas nas regiões da África e da Índia com mais violência do que no Brasil existem projetos que estão dando certo trabalhando o empoderamento da mulher e ensinando casais a lidar com os gatilhos da violência doméstica que costumam ser a questão da bebida, o estresse por questões financeiras, o ciúmes e a infidelidade", explicou Lori.

A pesquisadora também destacou que uma das chaves para a violência contra a mulher é a agressão na infância: "A criança punida com muito rigor ou abusada durante a infância tende a aceitar a violência quando sofrida".


(fonte:http://www.capitalteresina.com.br/)