terça-feira, 30 de julho de 2013

Agressão à mulher é maior após o rompimento, diz Ministério Público

As principais formas de violência são a lesão corporal, (35,5%) e a ameaça ( 23,7%)

Gabriela Vieira - Agência Estado


Uma pesquisa inédita elaborada pelo Núcleo Central de Atuação Especial de Enfrentamento à Violência Doméstica (GEVID) do Ministério Público de São paulo revelou que mais da metade ( 57%) das agressões contra mulheres ocorre após o término do relacionamento. O estudo, divulgado nesta quinta (4), analisou mais de 854 inquéritos entre abril e novembro de 2012 da região central da capital paulista e selecionou uma amostra de 186 mulheres.

Segundo a promotora Silvia Chakian de Toledo Santos, uma das responsáveis pela pesquisa, esse resultado representa em números "O reflexo da cultura machista do nosso país, ondo o homem ainda se vê como proprietário da mulher, que não possui a sua liberdade respeitada."


A pesquisa também constatou que a violência doméstica e familiar é mais intensa no período em que a parceira pretende romper ou rompe efetivamente o relacionamento com o agressor. As principais formas de violência são a lesão corporal ( 35,5%) e a ameaça ( 23,7%).

Condição socioeconômica

Outro dado apontado pelo levantamento demonstra que mais de 80% das mulheres trabalhavam e quase 70% possuíam escolaridade entre o ensino médio e o superior quando registraram ocorrência nas delegacias. A maioria (¨68,3) tinha menos de 40 anos,"Fica comprovado que a violência doméstica acontece dentro de todas as realidades sociais e econômicas", diz a promotora. Silvia também destaca a importância do registro policial e lembra que essas eram as mulheres que mais sentiam vergonha em se expor.

Já em relação às mulheres que não tinham emprego ou só se dedicavam ao lar, 70,4% sofreram violência pelos maridos ou companheiros enquanto ainda mantinham o relacionamento conjugal. na avaliação da promotora do MP de São paulo, a dependência econômica permanece como um fator determinante para que as mulheres continuem em um relacionamento violento. No entanto, ainda é muito comum  a posterior retirada de queixa por parte da agredida. "Não há um número oficial, mas em média 90% das mulheres pedem a retirada do inquérito".


(Fonte: Jornal Estado de São Paulo)










 

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