A maioria das mulheres vítimas de violência física, por vergonha ou por medo de represálias, não busca ajuda e nem denúncia.
53% das mulheres da Bolívia assegura ter padecido algum tipo de violência física ou sexual por parte de seus companheiros, indica um recente relatório da Organização Pan-americana de saúde (OPS).
O estudo "Violência contra a mulher na America Latina e no Caribe:Uma analise comparativa de dados populacionais de 12 Países", divulgados no dia 17 de janeiro de 2013, revela que entre 17% e 53% das 180.000 mulheres entrevistadas na Bolívia, Colômbia, Equador, El Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, Jamaica, Nicarágua, Paraguai, Peru e Republica Dominicana informam ter sofrido violência física ou sexual por partes de seus companheiros.
A análise mostra também que entre 41% e 82% das mulheres que foram vítimas de violência física tiveram ferimentos que vão desde cortes e pancadas até fraturas, abortos involuntários e queimaduras. Apesar disso, o relatório informa que entre os 28% e 64% não buscam ajuda, nem denunciaram, nem contaram a alguém por vergonha.
A Colômbia é o segundo País com maior incidência de violência contra as mulheres, com 39.7% , seguida pelo Peru (39,5%), pelo Equador (32,4%), Nicarágua (29,3%), Guatemala (27,6%), el Salvador (26,3%), Paraguai ( 20,4%), Jamaica (19,6%), Haiti (19,3%) e Republica Dominicana (17%).
O estudo também identificou que a maioria das mulheres que foram golpeadas durante sua infância, também padece / ou padeceu violência na vida adulta.
Mirtes Roses Periago, diretora da OPS, manifestou que "além de ser uma violação dos direitos humanos, a violência contra as mulheres tem graves consequências para a saúde das mulheres e seus filhos, e gera grande impacto nos trabalhadores e sistemas de saúde da região."
Entre 2007 e 2012, na Bolívia, o país mais atingido pela violência contra as mulheres, foram feitas mais de 440.000 denúncias devido a algum grau de violência intrafamiliar, das quais 23.000 foram investigadas pela Justiça. Deste, somente 96 casos receberam sentenças.
O objetivo do relatório, diz a OPS, é consciência sobre a violência contra a mulher na América Latina e Caribe e em todo o mundo, como um problema de saúde pública e a violação dos direitos humanos. Ao facilitar o acesso comparativo sobre a prevalência, fatores de risco, consequências e atitudes sobre a violência contra a mulher, a OPS busca fortalecer os mecanismo na atenção primária; melhorar a qualidade de acesso aos programas de prevenção e resposta às vitimas; bem como a qualidade dos dados que permitam planejar políticas e programas adequados.
"Temos a esperança de que esse relatório motive aos responsáveis pelas decisões a investir mais recursos na implementação de estratégias baseadas em evidências que previnam a violência contra as mulheres antes de que está acontece." disse Alessandra Guedes, coautora do relatório.
(fonte: www.adital.com.br)
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