terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Grupo cobra transparência sobre a morte da estagiária de direito, que se matou após suposto estupro


(R7) Um grupo com cerca de 700 internautas se reuniram nesta semana com representantes do escritório de advocacia onde estagiava a universitária Viviane Alves Guimarães Wahbe, de 21 anos.
Em dezembro do ano passado, a estudante de Direito na PUC-SP morreu ao cair da sacada do sétimo andar do prédio onde morava, no Morumbi, zona sul de São Paulo. Ela teria apresentado alteração brusca de humor poucos dias após a festa de fim de ano do escritório, considerado uns dos melhores do País.

O grupo, que criou uma página no Facebook para cobrar transparência no caso, foi procurado pelo escritório na quarta- feira (16), segundo informou ao R7 um dos membros, que preferiu não se identificar. Foi agendado, então, um encontro na última segunda-feira (21), quando ficou estabelecido que seria elaborado um documento com perguntas dos internautas. O escritório se comprometeu a respondê-las, mas sem atrapalhar as investigações da polícia.

Os questionamentos estão sendo organizados nesta quinta-feira (24 de janeiro) para o envio posterior ao escritório de advocacia, que foi procurado pelo R7 e confirmou as informações passadas pelo grupo.

"Ato pelo fim do silêncio".

No próximo dia (29 de janeiro), integrantes do grupo pretendem participar de um ato, organizados por coletivos feministas da cidade, na porta do prédio onde Viviane estagiava. "Levem filmadoras, máquinas fotográficas, cartazes. Haverá baterias, coletivos e muito barulho", diz o convite, que sugere que os manifestantes usem roupas pretas no dia, representando luto.

Repercussão na rede

O grupo que pede transparência na apuração na morte da estagiária não foi o único a usar o Facebook para se mobilizar. Na mesma rede social, foi criado um evento: "Viviane Alves Guimarães Wahbe- não esqueceremos". No texto de apresentação, os autores da iniciativa - representante da Marcha da Vadias de Curitiba (PR)- explicaram que a ideia é "concentrar informações sobre a investigação do caso."

No Twitter,  foram replicados textos sobre a história postados em sites e blogs reforçando como são misteriosas as circunstâncias da morte da estudante.

Investigação Sob Sigilo

Por determinação da Justiça , a apuração corre em sigilo. Há cerca de duas semanas, a polícia mudou a técnica de investigação do caso. O inquérito passou a ser presidido por três delegados, com o objetivo de acelerar os trabalhos. 

Umas das frentes de investigação está sendo focada nas questão dos fármacos e das drogas que podem ter influenciado o comportamento da universitária, incluindo o medicamento prescrito pela médica que atendeu a jovem em um hospital da capital, dias depois da confraternização do escritório.O remédio costuma a ser indicado em casos de epilepsia e mudança de humor.

A outra frente é focada na possibilidade de crime sexual. Entre as questões apuradas pelo delegado responsável, está o suposto estupro que Viviane relatou a mãe. No boletim de ocorrência, a mãe disse que a filha declarou ter sido violentada na noite da festa da firma, em 24 de Novembro- nove dias antes do suicídio. Revelou ainda que Viviane contou ter bebido duas taças de champanhe e que tinha apenas flashes de memória da festa.

O terceiro delegado ficará responsável por apurar, entre outros, se houve assédio moral e sexual em relação a Viviane. À polícia, a mãe da estudante de direito relatou que a estagiária reclamava, "por estar sofrendo um intenso assédio do chefe no trabalho".

Em nota, divulgada no início da investigação, o escritório afirmou que não há indícios de qualquer relação direta ou indireta entre o evento comemorativo e a morte da jovem. Acrescentou que sempre proporcionou um  ambiente ético e negou qualquer fato que tenha fugido a essa conduta.

fonte: www. agenciapatriciagalvao.org.br- notícias R7

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Crescente a Violência Contra a Mulher...

A maioria das mulheres vítimas de violência física, por vergonha ou por medo de represálias, não busca ajuda e nem denúncia.

53% das mulheres da Bolívia assegura ter padecido algum tipo de violência física ou sexual por parte de seus companheiros, indica um recente relatório da Organização Pan-americana de saúde (OPS).

O estudo "Violência contra a mulher na America  Latina  e no Caribe:Uma analise comparativa de dados populacionais de 12 Países", divulgados no dia 17 de janeiro de 2013, revela que entre 17% e 53% das 180.000 mulheres entrevistadas na Bolívia, Colômbia, Equador, El Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, Jamaica, Nicarágua, Paraguai, Peru e Republica Dominicana informam ter sofrido violência física ou sexual por partes de seus companheiros.

A análise mostra também que entre 41% e 82% das mulheres que foram vítimas de violência física tiveram ferimentos que vão desde cortes e pancadas até fraturas, abortos involuntários e queimaduras. Apesar disso, o relatório informa que entre os 28% e 64% não buscam ajuda, nem denunciaram, nem contaram a alguém por vergonha.

A Colômbia é o segundo País com maior incidência de violência contra as mulheres, com 39.7% , seguida pelo Peru (39,5%), pelo Equador (32,4%), Nicarágua (29,3%), Guatemala (27,6%), el Salvador (26,3%), Paraguai ( 20,4%), Jamaica (19,6%), Haiti (19,3%) e Republica Dominicana (17%).

O estudo também identificou que a maioria das mulheres que foram golpeadas durante sua infância, também padece / ou padeceu violência na vida adulta.

Mirtes Roses Periago, diretora da OPS, manifestou que "além de ser uma violação dos direitos humanos, a violência contra as mulheres tem graves consequências  para a saúde das mulheres e seus filhos, e gera grande impacto nos trabalhadores e sistemas de saúde da região."

Entre 2007 e 2012, na Bolívia, o país mais atingido pela violência contra as mulheres, foram feitas mais de 440.000 denúncias devido a algum grau de violência intrafamiliar, das quais 23.000 foram investigadas pela Justiça. Deste, somente 96  casos receberam sentenças.

O objetivo do relatório, diz a OPS, é consciência sobre a violência contra a mulher na América Latina e Caribe e em todo o mundo, como um problema de saúde pública e a violação dos direitos humanos. Ao facilitar o acesso comparativo sobre a prevalência, fatores de risco, consequências e atitudes sobre a violência contra a mulher, a OPS busca fortalecer os mecanismo na atenção primária; melhorar a qualidade de acesso aos programas de prevenção e resposta às vitimas; bem como a qualidade dos dados que permitam planejar políticas e programas adequados.

"Temos a esperança de que esse relatório motive aos responsáveis pelas decisões a investir mais recursos na implementação de estratégias baseadas em evidências que previnam a violência contra as mulheres antes de que está acontece." disse Alessandra Guedes, coautora do relatório.

(fonte: www.adital.com.br)