quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Violência doméstica contra a mulher: Lei Maria da Penha

Mulher denuncie.














Como é possível que exista violência doméstica contra a mulher?

Acabamos de sair do século 20, quando o código civil ainda considerava o homem o chefe da família; e os escravos, bens móveis.

Com o intuito velado de abafar a sexualidade feminina, o adultério feminino era considerado crime, e as filhas se fossem "ingratas" com o pai podiam ser deserdadas. Vejam a que nível chegava o grau de retrocesso em nossa lei!

Código do tempo de D. Pedro I revogado só em 2002


Em 2002 este artigo do código civil arcaico foi revogado e substituído por um artigo que primava pela não violência familiar sem fazer distinção entre os direitos de homens e mulheres.


Apesar deste avanço na legislação brasileira, as agressões continuavam.


Com aquela mentalidade vinda de anos de machismo e o homem ainda se achando proprietário de sua mulher e filhas, continuavam agredindo aquelas que eles mais deviam amar.


Por que a necessidade da Lei Maria da Penha?

Como normalmente os homens são os mais fortes e, na sua formação ainda trazem arraigado o conceito de ser o chefe e ter o direito sobre sua família; é ele que normalmente agride seus familiares.


Para proteger as mulheres contra a violência dentro de suas casas, foi promulgada em 07 de agosto de 2006 a Lei 11340/06 batizada de Maria da Penha em homenagem a uma mulher que ficou paraplégica devido a um tiro que levou do marido. Ela se tornou o ícone da luta contra a impunidade dos agressores no lar.


Menos educação mais violência contra as mulheres



Quanto mais baixo o nível cultural das famílias, mais violência contra a mulher é constatada.


Estes homens que vivem em cidades grandes, em condições sub-humanas, sem conseguir dinheiro suficiente para cuidar de sua mulher e dos muitos filhos que geralmente têm; se entregam à bebida e chegando em casa agridem sua mulher por qualquer motivo. Este é um entre muitos outros motivos.


Violência contra a mulher: É a lei Maria da Penha constitucional?


Juristas estão questionando a constitucionalidade desta lei que privilegia apenas as mulheres e não qualquer pessoa que sofra violência doméstica. Querem um tratamento igual para homens e mulheres quando a questão é violência no lar.


Defensores da lei Maria da Penha como a professora da USP, Eunice Prudente, diz: "as estatísticas são claras em demonstrar que é a mulher que deve ser protegida".


No Brasil uma mulher é agredida a cada 15 minutos.


Mulheres, saibam como a lei Maria da Penha as protege



Um dos crimes mais antigos do mundo e um dos mais encobertos é a violência contra as mulheres. As mulheres têm dificuldade de pedir para que o sexo com seu parceiro seja cercado de segurança. Esta negociação com a presença da violência dentro de casa e o medo é ainda mais complicada.

Mulheres tenham consciência de seus direitos:

1. Violência doméstica são as agressões físicas e sexuais, como também as psicológicas, morais e patrimoniais;
2. A mulher vítima tem direito à toda a proteção necessária:
• encaminhamento para atendimento médico e
• exame de corpo de delito no Instituto Médio legal e
• transporte e abrigos seguros, em caso de risco de morte.
3. Não é mais a mulher quem entrega a intimação judicial ao agressor;
4. A mulher deve estar acompanhada por advogado e tem direito a defensor público;
5. O agressor na violência doméstica poderá ser preso e não apenas dar cestas básicas à família ou prestar serviços à comunidade.
6. Medidas de proteção que podem ser concedidas a vitima:
• suspensão do porte de armas do agressor,
• afastamento do lar e
• uma distância mínima em relação à vítima e seus filhos;
7. A lei Maria da Penha permite prisão em flagrante;
8. A prisão preventiva pode ser decretada se houver riscos de a mulher ser novamente agredida;
9. O agressor é obrigado a comparecer a programas de recuperação e reeducação;
10. Se a mulher for atendida em serviços de saúde públicos ou privados, tem compulsoriamente o direito de ter o seu caso de violência notificado às autoridades policiais por este serviço. (Lei 10.778/03)


Como combater a violência doméstica contra a mulher?


As mulheres que sofrem agressões em casa ficam aterrorizadas e não vão a uma delegacia, mas procuram atendimento médico. São nestes lugares que as mulheres devem ser orientadas como se defender.
- Os médicos depois de atenderem as vítimas de agressão doméstica devem além da notificação obrigatória às autoridades policiais, encaminhá-las para um Centro de Referência de Mulheres.


- Estes centros continuariam a cuidar da mulher-vítima encaminhando-a para a delegacia a fim de formalizar a denúncia e depois oferecer tratamento psicológico.


A lei Maria da Penha só vai realmente ser colocada em prática se as mulheres-vítimas souberem como podem ser protegidas por ela!

A omissão da denúncia sustenta a violência e é cúmplice da impunidade.

O seu silêncio é sua condenação a mais agressões.
Mulher denuncie sem medo e peça proteção!


Tenha coragem é necessário mudar... E a mudança vem de dentro. Saiba como recomeçar leia: Descontruir para construir.

Por Bebel Ferreira

"A violência não é força, mas fraqueza, nem nunca poderá ser criadora de coisa alguma, apenas destruidora". (Benedetto Croce)


(fonte: www.bbel.uol.com.br)

Feministas de cinco países exigem segurança e justiça aos governos

Adital -


Ante a crescente violência de gênero que se vive na América Latina e a impunidade que caracteriza o feminicídio na região, organizações civis feministas de cinco países, iniciaram ontem (17) a "Campanha Regional pelo Acesso à Justiça para as Mulheres". O objetivo é exigir a resposta dos governos.


Durante a conferência de lançamento, as ativistas María Delia Cornejo, de El Salvador; Gladys Lanza, de Honduras; Carmen Yolanda López, da Guatemala; Virginia Meneses, da Nicarágua; e María de la Luz Estrada, do México; reclamaram a seus governos por não serem garantidores da segurança social, política, econômica e trabalhista das mulheres, por isso exigiram justiça ante estes crimes de Estado.


"Os governos esquecem que nós mulheres temos direitos a uma vida livre de violência", manifestou María de La Luz Estrada, da Coalizão pelo Direito a Decidir do México, e reclamou que não só se devem contemplar recursos judiciais para erradicá-la, mas também que estes sejam harmônicos com os tratados internacionais de direitos humanos para gerar as condições necessárias para a aplicação de legislações locais existentes.


Segundo o Observatório Cidadão do Feminicídio, durante 2009, no México se perpetraram 529 assassinatos de mulheres apenas em oito estados da República. Indicaram que a falta de justiça e a impunidade se refletem também nos 720 assassinatos de mulheres que aconteceram na Guatemala até 2009 registrados pela Procuradoria de Direitos Humanos do dito país.


Carmen Yolanda López, da Aliança pela Ação Prevenindo os Feminicídios na Guatemala, indicou que na América Latina o feminicídio não só afeta às mulheres assassinadas, senão a seus filhos, que também são vítimas indiretas.


Já María Delia Cornejo, integrante da Rede Feminista Frente à Violência contra as Mulheres, de El Salvador, falou que em seu país as mulheres vivem um "calvário" para ter acesso à justiça. No país, o número de feminicídios é de 579, segundo dados de 2009 do Instituto de Medicina Legal, ainda que exista diversidade de cifras, completou Cornejo. E apenas de janeiro a fevereiro de 2010 foram perpetrados 40 homicídios por causas de gênero.


Em sua participação, Gladys Lanza representante do Movimento pela Paz, de Honduras, manifestou que em seu país a violência de gênero se intensificou depois do golpe de estado pois "os 26 anos de luta" das mulheres foram abaixo com o governo de fato.


Além disso "nossos corpos se converteram em campos de batalha", já que os militares que têm tomado o país desenvolveram "violência sexuada" contra as mulheres que estão em resistência. O número de mulheres assassinadas neste país, segundo o Centro de Estatística da Suprema Corte de Justiça, é de 405.


Na Nicarágua "as mulheres estão sendo violadas pelo Estado" pois não há resposta e Virginia Meneses da rede de Mulheres Contra a Violência, se pronunciou por "acabar com a impunidade!" pois fomenta a delinqüência. "As nicaraguenses estão rompendo o silêncio mas o problema é a falta de resposta das autoridades", explicou.


A campanha


A campanha compreende a realização de uma missão composta por diversas instâncias internacionais que protegem os direitos humanos das mulheres para que revise, documente e conheça a problemática na região, e para isso se realizarão visitas a zonas onde há altos índices de violência feminicida.


Também se realizará trabalhos de capacitação com operadoras e operadores por meio de seminários dados por especialistas em investigação criminosa para processar a informação disponível para obter informação eficaz que permita a justiça nos casos de violência de gênero e feminicídio.


A notícia é da Cimac, por Paulina Rivas Ayala
(fonte:www.adital.com.br)