Violência contra a mulher diminui em Uberaba e aumenta em Ituiutuba.
Uberaba teve 377 casos a menos que em 2013. segundo Proteção à Família. Atendimentos na delegacia da Mulher, criada em 2013, dobrou em Ituiutaba.
A violência contra a mulher diminui em Uberaba, segundo dados da Delegacia de Orientação e Proteção a Família. Em 2012, foram registradas 1.014 ocorrências de ameaça, 564 de lesão corporal e 502 de vias de fato, que é quando há violência, mas sem lesões corporais. No ano passado, os índices foram, respectivamente, de 838, 511 e 354. Esse ano, até março, os registros apontam 226, 143 e 92. Já em Ituiutaba, a realidade é outra. Na Delegacia da Mulher, criada em 2013, são registrados mensalmente 150 atendimentos, o dobro do início das atividades na cidade. A lei Maria da Penha traz quatro tipos de violência, que são a física, sexual, patrimonial e psicológica.
Violência contra a mulher em Uberaba.
Uma moradora de Uberaba que preferiu não se identificar faz parte das estatísticas de crimes contra a mulher. Mesmo depois que denunciou o ex-marido, as ameaças continuaram. Por isso, apesar da proteção que recebe, hoje ela vive escondida e teme que a situação se repita.
"Sofri agressões do meu companheiro, ele me batia todos os dias. Me dava socos na cara, facada no braço,até quando estava grávida ele me violentava. Sempre tem alguém que liga para saber alguma coisa. Toda vez que ele (Ex-marido) está por perto, eu sei que eles (proteção) também estão. Eu quase nem saio com meu filho para lugar nenhum, tenho medo", disse.
Realidade em Ituiutaba
Na cidade, segundo a delegada Alessandra Rodrigues da Cunha, a violência psicológica é a mais comum. Alessandra acredita que ela pode trazer mais agravantes do que é visível."Elas são ameaçadas e alvo de injúria e difamação, violações que não são contra o corpo, mas contra a alma. Muitas das vezes estes crimes trazem consequências mais que graves para a vítima do que a própria violência física", afirmou.
Como agir em caso de violência
Ainda de acordo com a delegada, as vítimas que procuram a delegacia são orientadas sobre a lei Maria da Penha. Feito isso, caso opte por requerer as medidas, ela é encaminhada para o fórum em 48h, e o juiz tem o mesmo tempo para decidir a favor ou desfavor das medidas. No caso de serem deferidas, há o afastamento do suposto autor do lar sob pena de ser decretada a prisão preventiva. As denúncias podem ser feitas também pelo telefone 181.
A orientação é de que a vítima recorra inicialmente ao Centro Integrado da Mulher. No local, ela é recebida pela assistente social que fazem o colhimento de informações e , posteriormente é encaminhada para fazer representação na Delegacia da Mulher.
A coordenadora de Política Pública para Mulheres, Elisabete Cardoso Nascimento, atenta para a importância de o procedimento ser iniciado no órgão por se tratar de uma lei direcionada. "Muitas vezes elas chegam com um boletim e ocorrência feito pela Polícia Militar (PM), mas a delegacia trabalha em cima da lei Maria da Penha, por isso é importante que elas façam essa representação e a denúncia na Delegacia da Mulher", afirmou.
Em casos onde é necessário acompanhamento médico e psicológico, a vítima é encaminhada para o Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (CAISM).
"Prestamos o atendimento médico e psicossocial de forma com que essa mulher consiga entender o que aconteceu com ela e a gente consiga identificar em que situação de risco ela está a partir daquele momento e possamos oferecer condições para que ela saia dessa situação de violência" afirmou a coordenadora do Pró Viver Mulher, Rívia Tirone.
fonte: (www.g1.globo.com)
quarta-feira, 7 de maio de 2014
sexta-feira, 2 de maio de 2014
CE é o 2° estado com menos denúncias de violência contra a mulher.
Estado registrou 240,2 denúncias por grupo de 100 mil mulheres em 2013 no disque 180. Para especialistas, números são subnotificados.
Liana Costa (O povo)
O Ceará foi o segundo estado do País a registrar o menor número de ligações por população feminina na Central de Atendimento à Mulher- Disque 180 em 2013. Ao todo, foram recebidas 10.401 chamadas- uma média de 240,2 ligações por grupo de 100 mil mulheres, taxa menor apenas do que a observada no estado do Amapá. O levantamento foi realizado pela Secretaria de políticas para Mulheres (SPM) do Governo federal.
Para especialistas e profissionais da área, no entanto, o baixo número de denúncias esconde um cenário de violência muito mais amplo do que o apontado pelos dados do Governo federal. "A gente acredita que existem mais mulheres vítimas de violência do que o número de denúncias. A realidade indicaria um número muito maior ", afirma a assessora de Enfrentamento à Violência da Coordenadoria Especial de Políticas para as Mulheres, Helena Campelo. Segundo Helena, os números sobre a violência contra a mulher ainda são reflexo de uma grande quantidade de casos subnotificados.
"É difícil de acreditar que não estejam havendo denúncias porque não estão havendo ocorrências", afirma a pesquisadora do Laboratório de estudos da Violência da Universidade Federal do Ceará (LEV/UFC), Jânia Perla. A pesquisadora atribui a subnotificação a baixos indicadores sociais, à cultura machista vigente em estados como o Ceará e aos vínculos emocionais entre vítima e agressor. " Nesse caso, a subnotificação não é uma decorrência de não creditar na polícia. Tem a ver com dimensões sociais do cotidiano e um contexto em que a mulher teme a ruptura de laços familiares", aponta.
Segundo a defensora pública do Núcleo de Enfrentamento à Violência contra a Mulher (Nudem), Elizabeth Chagas, o número de denúncias funciona apenas como uma "amostragem" da real situação de vulnerabilidade da mulher."Os números que temos são su-registros. Existe todo um ciclo de violência que é difícil de ser quebrado por conta de constrangimento e ameaças", relata.
Denúncias presenciais
Apesar de reconhecerem a importância do Disque 180 no enfrentamento à violência contra a mulher, as especialista ouvidas pelo O POVO reforçam a necessidade da denúncia presencial. "A gente orienta a ida à delegacia porque é lá que a mulher pode solicitar as medidas protetivas" explica a assessora da Prefeitura, Helena Campelo. " A denúncia é um momento de sofrimento. É importante que exista uma interação face a face", completa a pesquisadora Jânia Perla.
O POVO tentou falar com a coordenadora especial de políticas para mulheres do Governo do Ceará, Mônica Barroso, mas foi informado pela assessoria da defensora pública de que ele passou por procedimento cirúrgico recentemente e estava impossibilitada de conceder entrevistas. A titular da delegacia de defesa da Mulher de Fortaleza também foi procurada, mas, segundo a assessoria de imprensa da Polícia Civil, a delegada estava em reunião e não poderia atender ligações.
10.401 ligações foram recebidas pelo Disque 180 no Ceará em 2013.
fonte:( www.opovo.com.br)
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