sexta-feira, 29 de julho de 2016

Grupo lança plataforma de denúncias de violência contra a mulher na UFBP.

Objetivo é mapear todos os tipos e casos de violências dentro da instituição.
Projeto Online é resultado de pesquisa de alunos e professores.


Uma Plataforma de denúncia de casos de violência contra a mulher dentro dos campi da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) foi lançado por um grupo de pesquisa da instituição na manhã desta quarta-feita (27), em João Pessoa. intitulada "Um grito por Elas: mulheres da UFPB contra a violência", a plataforma funciona por meio da internet, no site do grupo de pesquisa, e tem o objetivo de mapear os tipos e casos de violência na instituição.

Segundo a professora Margarete Almeida, coordenadora do grupo de estudo, pesquisa e extensão em gênero de mídia (GEM), que criou a plataforma, a ideia do projeto de extensão surgiu durante as reuniões do grupo e após de uma pesquisa feita pela ONU Mulheres em conjunto com o Instituto Avon, que identificou que mais de 70% das mulheres em ambiente universitário no Brasil já sofreu algum tipo de violência.

" A violência contra a mulher - não só física ou a sexual, mas também a intelectual, psicológica e moral faz parte da cultura machista da sociedade e a universidade não fica fora dela. Apesar de ser um centro de saber, cultura e conhecimento, onde se espera que seja um local desconstruído de padrões normativos de gênero, o que vemos nas universidades é apenas uma reprodução forte da cultura machista, e na UFPB não é diferente. Com este cenário, e também com base nos nossos próprios casos como vítima de violência, resolvemos criar este espaço para tornar públicas estas denúncias", explica a docente.

A plataforma funciona de forma virtual, por meio de preenchimento de um formulário onde as professoras, alunas e servidoras da universidade podem relatar o caso de violência. "Por ser online e não precisar se identificar, a vítima se sente mais segura para relatar o caso de forma fiel e assim podermos mapear melhor estes casos, como e onde aconteceu", diz Margarete.

O projeto vai coletar as denúncias das mulheres até fevereiro de 2017, quando o grupo de pesquisa deve montar o primeiro relatório sobre as denúncias. "A nossa meta é, no dia 8 de março do ano que vem, divulgar esta parcial mostrando quais são as principais causas e tipos de violência contra a mulher nos campi da UFPB e também apresentando soluções de estrutura, segurança e cultura que possa ajudar a combater e evitar estes casos. Esse documento vai ser entregue para a universidade e para os órgãos competentes que lidam com a questão da violência contra a mulher, visando uma melhora política de gênero", comenta a professora.

Ainda de acordo com Margarete, a ideia do GEM é manter e expandir o projeto. "Mesmo após esta parcial, pretendemos manter o espaço das denúncias no ar e também incentivar, por meio das redes sociais, para que outras instituições também realizem estudos semelhantes, de forma a difundir a importância da denúncia para combater os casos de violência", completa.

A vice- reitora da UFPB, professora Bernardina Freire, informou que a Reitoria é apoiadora da iniciativa e que as informações da plataforma vão ser usadas para evitar casos futuros. "O grupo vai mapear o tipo de violência, que pode ser psicológica, verbal ou física, e, a partir disso, vamos enviar esforços  e medidas para minimizar e coibir qualquer tipo de agressão que possa acontecer a uma de nossas mulheres", disse.

fonte: (www.g1.globo.com)


sexta-feira, 2 de outubro de 2015


Mulheres vítimas de violência no AM terão "botão do pânico" no celular.
Alerta é emitido através de aplicativo criado para dispositivos móveis. Mulheres vítimas de lesão corporal e ameça terão acesso ao "Alerta Rosa".




"Alerta Rosa" é uma das funções do aplicativo Portal da Mulher Amazonense (Foto Adneison Severiano G1).


Uma nova ferramenta poderá ajudar mulheres vítimas de agressão e em situação de risco no Amazonas. Trata-se do "Alerta Rosa", que é um tipo de "Botão do Pânico" digital. O aplicativo, que tem o sistema de socorro para dispositivos móveis, foi desenvolvido entre uma parceria público-privado e já está disponível para sistema operacional Android. O lançamento da ferramente ocorreu nesta terça-feira (29), em Manaus.

"Alerta Rosa" é uma das funções do aplicativo do Portal da Mulher amazonense, desenvolvido pela FabriQ Projetos e a Samsung, em parceria, com o Governo Amazonas.

De acordo com o governo, a iniciativa permitiu abrir para as mulheres vítimas de violência no estado, um novo canal de acesso à rede de proteção estadual, que reúne Polícias Civil e Militar, além de órgãos sociais.

O diretor executivo da FabriQ, Fredson Encarnação, explicou que as mulheres poderão fazer o download do aplicativo, gratuitamente, mas somente os usuários previamente cadastrados na Delegacia Especializada de Crimes contra a Mulher (DECCM) poderão acionar a função de "botão do pânico".

"Ele (aplicativo) foi desenvolvido para proteger as mulheres. Existe a função do Alerta Rosa para acessar a rede de proteção e conseguir ser atendida de maneira mais ágil. Para utilizar essa função, a mulher terá que procurar a delegacia, onde serão coletadas informações sobre ela e sobre o agressor. Só então, o Alerta Rosa ficará para acionamento e a mulher estará identificada. O sistema tem georreferenciamento através de GPS e a rede de proteção conseguirá encontrá-la" explicou Encarnação.

Denúncias de violência contra a Mulher podem ser feitas anonimamente. (foto de Adneison Severiano G1).

Após o alerta de risco ser enviado pelo aplicativo ao Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops), uma atendente da rede irá entrar em contato com a usuária para verificar a situação de risco. Mesmo se a ligação não for atendida, a vítima estará identificada e o sistema de localização, por georreferenciamente, indicará o local. Com os dados, a Polícia Militar poderá socorrer a vítima. Além disso, uma viatura do Programa Ronda no Bairro ou do Ronda maria da Penha será enviada ao local.

Na opção do "Violentômetro", a mulher indica qual tipo de violência ela está sofrendo e o sistema indica qual é a melhor medida que se deve sr tomada.O Aplicativo também informa os locais e telefones que as vítimas podem buscar ajuda. 

O App ainda tem outra funções. Uma delas é o canal de denúncia, onde há opção para denúncia anonimamente agressões contra terceiros ( vizinhas, amigas e conhecidas).

"vai ser fundamental para que possamos dar mai agilidade aos procedimentos de proteção das mulheres vítima da violência de qualquer natureza será imediatamente socorrida", destacou o governador do Amazonas, José Melo (PROS).

A titular da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc), Graça Prola, explicou que o "Alerta Rosa" deve beneficiar mulheres com histórico de ameaça e lesão corporal.

"Apenas mulheres que têm histórico de agressão, especificamente pleos crimes de ameaça e lesão corporal, podem acessar o alerta de pânico. No entanto, nenhuma mulher vai ficar sem assistência necessária", afirmou.

"Botão do pânico"

O Tradicional "Botão do Pânico" - dispositivo eletrônico que permite que vítimas em situação de risco iminente acionem a polícia - é uma medida também já usada na capital amazonense. Cerca de 100 mulheres vítimas de agressões em Manaus utilizam o "Botão do Pânico". Esse já está em uso para não haver a réplica da violência e evitar as mortes letais por homicídio", ressaltou a secretária.

Índices de violência

Somente em Manaus, no período de janeiro a agosto deste ano, 1.737 mulheres foram vítimas de violência por agressão física. Ao todo, 2.817 ocorrência de violência doméstica e familiar foram registradas, de acordo coma Sejusc.

Sistema do App com georreferencia consegue localizar mulher que acionou "Alerta Rosa"(foto: Adneison Severiano G1)


(fonte: http://g1.globo.com/)

quinta-feira, 1 de outubro de 2015


Pesquisa do DataSenado mostra aumento da violência contra mulheres mais jovens.
Por Pedro Peduzzi  Edição: Nádia Franco Fonte: Agência Brasil



Uma cartilha com perguntas e respostas sobre a Lei Maria da Penha e uma pesquisa desenvolvida no Senado pela Comissão Mista de Combate à Violência contra a Mulher - ambas divulgadas hoje (8) durante audiência pública - pretendem ajudar a entender e combater esse tipo de prática, além de servir de base para que leis mais eficazes sejam produzidas no país. Um dado da pesquisa Violência Familiar e doméstica contra a Mulher chamou a atenção das senadoras: 100% das mulheres já conhecem a Lei Maria da Penha.

"Essa pesquisa (encomendada ao instituto de pesquisa  DataSenado) é uma base para direcionarmos nosso trabalhos", disse a presidenta da comissão, senadora Simone Tebet (PMDB - MS)."Vimos que há um amento no setor mais jovem das mulheres de nossa sociedade. Isso é bom, por um lado: dos 20 aos 29 anos, as mulheres têm uma independência econômica. Portanto, (esse dado) significa que elas estão denunciando mais e saindo de uma forma mais rápida desse ciclo de violência". Afirmou Simone.

De acordo com a pesquisa, 18% das mulheres já foram vítimas de algum tipo de violência doméstica. Se, em 2009, ano em que foi feita a primeira pesquisa, 46% das mulheres agredidas disseram ter sofrido a primeira agressão com idade entre 20 e 29 anos, em 2013, o índice caiu para 34%, mantendo-se estável na pesquisa seguinte, feita em 2015. Por outro lado, na faixa até 19 anos, o percentual subiu de 24%, em 2009, para 32%, permanecendo estável desde 2013.

Para a senadora, os dados precisam ser mais destrinchados para ser mais bem entendidos. "Por que as mais novas estão sofrendo mais violência? Porque têm mais dificuldades e não conseguem romper o ciclo? Por não terem independência econômica? Ou porque a rua está mais violenta e, com isso, a violência contra os jovens em geral aumentou? Esses são dados que precisamos analisar com a maior rapidez possível", afirmou Simone.

Segundo a pesquisa do DataSenado, as agressões têm sido cada vez menos praticadas por companheiros, maridos ou namorados. Em 2009, 81% das agressões a mulheres eram cometidas por seus parceiros. O número caiu para 78% em 2013 e agora está está em 73%. " A violência que mais cresce é a das ruas - nos metrôs, ônibus, universidades, ruas, bares, boates", disse a senadora, ao destacar a necessidade de a comissão ter "olhar muito atento à violência física, moral, social, e psicológica" praticada fora de casa.

"A pesquisa confirmou também algo que já sabíamos: só se rompe o ciclo de violência com educação. A maioria das mulheres violentas - e vítimas de violência doméstica, principalmente - tem baixa escolaridade. As que têm apenas ensino fundamental são mais de um terço das vítimas, as que não conseguem romper esse ciclo", acrescentou a senadora. De acordo com a pesquisa, 12% das mulheres com ensino superior já sofreram alguma agressão. O índice sobe para 18% entre as mulheres com ensino médio, e para 27% entre as que estudaram até o ensino fundamental. A pesquisa foi feita entre os dias 24 de Junho e 7 de Julho e ouviu 1.102 mulheres.

A cartilha lançada nesta terça-feira não é a primeira, nem será a última, diz a senadora Vanessa Grazziotin.

Procuradora Especial da Mulher do Senado, a senadora Vanessa Grazziotini (PC do B - AM) destacou a relevância dos veículos de comunicação para que todas as mulheres que participaram da pesquisa dizerem já conhecer a Lei Maria da Penha.

Segundo ela, o assunto sempre motivou as senadoras a usar sua cota na gráfica do Senado para abordar o assunto. "Essa cartilha que lançamos hoje não é a primeira, nem será a última", disse a senadora.

A pesquisa Violência Familiar e Doméstica contra a Mulher serão disponibilizada em breve no site do Senado.



fonte: (http://www.ebc.com.br/)
Deputadas querem combater violência contra mulher nas redes sociais.

Em audiência pública realizada pela Comissão Permanente Mista de Combate à Violência contra a Mulher, na tarde desta terça- feira (29), foi discutido o projeto de leis que cria mecanismos para combate a condutas ofensivas contra a mulher na internet ou em outros meios de comunicação, alterando a Lei Maria da Penha. As mulheres são vítimas de oito em cada dez casos de divulgação de conteúdo íntimo sem consentimento.

Para a deputada Alice Portugal, o projeto contribuirá para a atualização da Lei Maria da Penha, com mecanismo para coibir crimes contra a mulher no meio virtual.

A preocupação atual da bancada feminina na Câmara e no Senado é o número crescente de mulheres e meninas vítimas de violência nas redes sociais.
Segundo a promotora da Vara de Violência contra a Mulher do Estado da Bahia, pesquisas apontam que 80% das vítimas são mulheres e que, infelizmente, é difícil controlar o mundo virtual, "ele faz parte das nossas vidas, mesmo que não tenhamos em perfil nas redes sociais, estamos diretamente envolvidas", destacou.

A coordenadora do Programa de Pesquisa e Extensão da Clínica de Direitos Humanos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Camila Silva Nicácio, lembrou que é importante considerar o aumento da pena em casos de vítimas com deficiência e vítimas que possuem uma relação íntima com o agressor.

"Sugiro ainda que a lei obedeça ao principio da proporção e que seja incluindo as fotos montagens. O crime de pornografia não consensual não ataca só a nossa honra, ataca a nossa liberdade sexual e a nossa dignidade", finalizou.

Para a deputada Alice Portugal (PC do B - BA), o projeto contribuirá para a atualização da Lei Maria da Penha, pois criará mecanismo para coibir crimes contra a mulher no meio virtual."Tenho a honra de ter participado do processo de criação da Lei Maria da Penha, mas no momento da redação, não tínhamos ainda essa visão de crimes virtuais. Por isso, nós vamos ter que atualizar a lei sobre essa nova lógica", disse.

Após a audiência, as parlamentares aprovaram, por unanimidade, requerimento da deputada que solicita a realização de audiência pública da comissão na Assembleia Legislativa da Bahia para discutir situações de violência contra a mulher no Estado.

Em defesa da SPM

Na audiência, a deputada Alice Portugal, que é membro da comissão, declarou que é contra a extinção da Secretaria de Politicas para as Mulheres (SPM). Para ela, o orçamento da Secretaria é irrisório e não irá impactar o Brasil na crise. Criada em 2003, a Secretaria corre o risco de ser extinta para desonerar os cofres públicos.

A Secretaria de Politicas para as Mulheres é um órgão ligado a Presidência da República, que tem como principal objetivo promover a igualdade entre homens e mulheres e combater todas as formas de preconceito e discriminação herdadas de uma sociedade patriarcal e excludente.

A SPM vem lutando para a construção de um Brasil mais justo, igualitário e democrático, por meio da valorização da mulher e de sua inclusão no processo de desenvolvimento social, econômico, político e cultural do País.

De Brasília,
Márcia Xavier, com agências.

fonte:( http://www.vermelho.org.br/)

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Instituto lança plataforma com dados sobre violência contra a mulher.


Agência Brasil

O Instituto Patrícia Galvão, organização social sem fins lucrativos voltada à comunicação e direitos das mulheres, lançou nesta segunda-feira uma plataforma na internet direcionada a jornalistas e comunicadores independentes com dados sobre violência contra a mulher.

A ferramenta funciona como um dossiê e entra no ar em agosto, trazendo as últimas pesquisas publicadas sobre assuntos como violência doméstica, sexual, feminicídio e violência de gênero na internet (como a pornografia de vingança). O objetivo é agregar mais conteúdo futuramente e inserir outras formas de violência. A plataforma traz também um banco de fontes, inicialmente com os contatos de 100 especialistas no assunto.

Um dos papéis do site é facilitar o acesso da imprensa ao material do instituto para diminuir os preconceitos quando o tema surge na cobertura dos veículos de comunicação, além de apoiar os comunicadores independentes e ativistas. "Na última década, a gente teve a grande expansão do feminismo na internet", disse Maíra Kubik, professora em Estudos de Gênero e Diversidade, do departamento de Ciência Política, da Universidade Federal da Bahia (UFBA)

"A gente pode situar a violência como a ruptura de qualquer forma de integridade, seja psíquica e sexual. Da forma como a sociedade está constituída, coloca determinados grupos em posições de superioridade e inferioridade. No caso das relações de gênero, a gente pode simplificar com o nome de machismo. As mulheres seriam inferiores na sociedade", explica.

Membro da organização não governamental Cidadania, Estudo, Pesquisa, Informação e Ação (Cepia) Jacqueline Pitanguy defende que a mídia precisa deixar de julgar com tanta perversidade as mulheres que demoram a sair de uma relação em que sofrem violência doméstica.

"A violência doméstica é repetição e tem uma direção, normalmente os homens batem e as mulheres apanham. Os homens ofendem, as mulheres se sentem humilhadas. É uma destruição também muito frequente do espaço doméstico, que representa o ambiente de segurança. Mas ocorre entre tapas e beijos. Não dá para tratar a violência doméstica, sem tratar da ambiguidade dos sentimentos humanos. se não entendermos isso, fica muito fácil julgar a mulher", declarou Jacqueline.

O professor de filosofia do Coletivo Feminista de Sexualidade e Saúde Sérgio Barbosa, que trabalha com homens autores de violência, disse que o perfil dos parceiros que cometem a agressão é recorrente. " Todos que chegam ao coletivo carregam o mesmo perfil, desconheciam que bater em mulher era crime. Chegam resistentes, mas no processo encontram outros homens e a desconstrução da violência também passa por um processo coletivo", explica. Para o especialista, a imprensa precisa informar que existe também a superação para esses homens.

A secretária de Política para as Mulheres da Presidência da República, Aline Yanamoto, comentou sobre o feminicídio, a morte violenta de mulheres por razão de gênero. O percentual de mulheres assassinadas entre as mortes violentas é de 10% no Brasil. "Mas tem uma peculiaridade muito sensível, as mulheres estão mais vulneráveis por serem mulheres. Cerca de 16 países tipificaram o feminicídio, esse cenário vem muito amparado pelo dado gravíssimo de que países da América Latina estão entre os que mais ocorrem o feminicídio", disse ela.

O juiz titular da 1° vara do Júri de Campinas, José Henrique Torres, citou uma decisão em que autorizou o aborto de um feto anencefaliano. Para ele, a questão é um problema terrível no país, pois o sistema de saúde não consegue enfrentar a necessidade do aborto legal. "Há uma necessidade imensa de que os juízes entendam a dimensão da violência contra a mulher. Isso vem de uma ideologia patriarcal que todos conhecem muito bem", declarou

(fonte:http://www.diariodepernambuco.com.br/)

quarta-feira, 15 de julho de 2015


Na web, jovem do AC cria projeto para combater violência contra mulher.
Projeto "Amor sem medo" foi lançado nas redes sociais. 
"Devemos plantar essa semente desde já", diz apoiadora.

Iryá Rodrigues
Do G1 AC

Em uma semana, ao menos 15 pessoas postaram uma foto com a placa do projeto em sua rede social.(foto: reprodução/facebook)


Conscientizar a população para a importância de denunciar os casos de violência contra a mulher, esse é o mote do projeto " Amar sem Medo." Criado pela estudante de direito Bianca Muniz, de 22 anos, no dia 3 de julho, o projeto quer ainda lembrar que a violência não parte somente de quem agride, mas também quem omite. A iniciativa tem ganhado apoiadores nas redes sociais.
Bianca enfatiza que todos os dias mulheres sofrem algum tipo de violência. Ela afirma que o número de denúncias de violência doméstica é elevado, mas não abrange o número real de mulheres agredidas, já que, segundo ela, muitas têm medo, vergonha ou se sentem dependentes de seus agressores. "É uma campanha de apelo à redução dos altos índices de violência contra a mulher", explica.

As pessoas que participam do projeto tiram fotos segurando uma placa da campanha e publicam na sua rede social. "Com isso, eles levantam uma bandeira junto comigo. A pessoa publica a foto no seu Facebook, e ajuda a alcançar muitas outras. Não adianta eu tirar duzentas fotos e só postar na minha rede social ou do projeto, já que assim só vou atingir um número reduzido de pessoas", conta a idealizadora do projeto.

Segundo Bianca, a ação tem duas fases. A primeira, com as fotos compartilhadas nas redes sociais, que já foi iniciada, e a segunda consiste na prática de palestra e orientações em escolas e demais centros de integração. A jovem explica ainda que no segundo momento do projeto, as ações vão ser realizadas por voluntários capacitados para tratar sobre o tema.

Em apenas uma semana de projeto, 15 pessoas tiraram fotos com a placa do projeto e postaram nas suas redes sociais. a expectativa, segundo a idealizadora é que esse número aumente nos próximos dias.

A advogada Isabelly Catão, de 33 anos, diz que resolveu participar da campanha por acreditar que iniciativas como esta devem ser constantes, pois a mudança social é lenta. "Nós, mulheres, devemos ser a mudança que queremos para o mundo, não nos calando diante das violências que todas nós em algum momento já passamos. Devemos plantar essa semente desde já para que a mudança seja sentida na evolução social futura"diz.

Para a advogada Renata Lameira, de 32 anos, muitas mulheres ainda hoje têm medo de denunciar agressões, por medo do parceiro, e do julgamento da família e da sociedade."Esse tema me desperta interesse, já há algum tempo, sou advogada e meu trabalho de conclusão de curso na faculdade foi sobre violência contra a mulher", comenta.

Por perceber que é alto o número de mulheres que passam diariamente por discriminação de gênero e outros tipos de violência, a funcionária pública Duanne Modesto, de 23 anos, diz que campanhas como essa vêm para fortalecer essa luta. Segundo ela, quanto mais a pessoa se envolve, maior a revolta e vontade de fazer alguma coisa para tentar reverter o quadro e despertar mais pessoas com o mesmo ideal.

"Eu decidi participar, por sentir também enquanto mulher que em determinadas situações, pessoas com mentalidade machista, tentam me colocar em posição desvalorizada ou me classificar em categoria menos digna das formas mais sutis. Não é todo dia que você se depara com as estatísticas e vê que o problema tem uma proporção absurda", afirma Duanne.


(fonte:http://g1.globo.com/)